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Levantar-me-ei
Hoje reconheço minha realidade,
Uma dor enorme invade minha alma.
Não consigo dormir à noite toda
E o coração acelera repentinamente.
A tristeza invade a alma
Com uma solidão terrível
Difícil de suportar.
Hoje sei o que sinto
Que meus passos são incertos na caminhada
Que estou perdido em algum ponto no universo
Sem saber para onde seguir.
Sinto-me preso em cerca de espinhos
E não consigo me mover para lado algum
Sem me ferir mortalmente.
Uma vontade profunda de sepultar-me
No profundo do abismo
Para notar se o sofrimento é real.
Caminhava de cabeça erguida
Como se soubesse para onde ia
Sem saber que no horizonte distante
Uma miragem me aparecia.
Sinto um frio percorrer o meu corpo
Descoberto pelas feridas da vida.
Tal como Jonas no mar profundo
Nas entranhas do grande peixe.
Busco uma resposta para o sofrimento
Que aflige a minha alma
E contemplo seus olhos meigos
Mostrando-me onde foi que errei.
Observo as bolotas que os porcos comem
E meus olhos se enchem de águas
Relembrando a fartura na mesa do Pai.
Meus horizontes sem ti se afunilam
Transformam-se em miragens no deserto
E me sucumbem na angústia de uma vida errante
Sem sentido e sem direção.
Então olho para suas mãos
E as vejo cravejadas por mim
Que indicam um retorno
Na estrada onde me perdi.
Tempos infindos se passaram
Mas sua graça me susteve
Não deixando que sucumbisse
Aos desesperos da vida.
Quero voltar ao caminho certo
Onde tinha paz e alegria
Quero sorrir outra vez
E desfrutar do seu amor.
Qual filho pródigo, inclino-me diante de ti.
E suplico o teu perdão
Por abandonar-te durante todo esse tempo.
Levantar-me-ei e irei ter com meu pai
Não permita miragem no meu caminho
Quero ver tua imagem real
A estender a mim o seu amor
E caminhar na tua presença para todo sempre.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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sexta-feira, julho 10, 2020 - 19:37
Poesia :
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