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A Lua e Eu
Conversando com a Lua
pus-me à rua,
pus-me à rua silenciosa.
Entreguei-a o que me amua
como sua,
como sua melhor prosa.
Um corisco na caligem
que me inflige,
que me inflige um frio morno.
Seu sorriso me dirige
na fuligem,
na fuligem de um adorno.
Conto-lhe as mágoas, anseios,
devaneios,
devaneios mais dantescos.
Deixo o mundo, titubeio
no seu seio,
no seu seio gigantesco.
De manhã vejo o desleixo
quando a deixo,
quando a deixo e vou-me embora.
Como em todos os desfechos
que me queixo,
que me queixo ter memória.
Eis que a noite, n’outro dia
tão mais fria,
tão mais fria que me prova.
Sentir negra, em agonia;
tão vazia!
Tão vazia que se inova.
Tão mais nova que os amores;
dos horrores,
dos horrores que explanei.
Passam luas, noites, dores,
mas as flores,
mas as flores... eu não sei!
Osvaldo Fernandes
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Poesia :
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Comentários
Re: A Lua e Eu
Conversando com a Lua
pus-me à rua,
pus-me à rua silenciosa.
Entreguei-a o que me amua
como sua,
como sua melhor prosa.
Um poema muito bem construído!!!
:-)
Obrigado heim! Abraços!
Obrigado heim! Abraços!