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MARIA DO CÉU
Maria do Céu
Arrastava a sua sombra como um véu de núpcias,
A Maria do Céu caminhava exibindo as suas volúpias,
Olhava de soslaio para os homens que passavam,
E ainda mais se bamboleava exibindo os seus cabelos ao vento,
Não andava depressa mas sim com um passo lento,
Para se mostrar ainda mais aos homens que a olhavam.
Não castigues a rua com os saltos dos teus sapatos,
Soltou – se uma voz no meio de tantos aparatos,
A Maria do Céu olhou apenas e deu um sorriso,
As suas curvas ainda mais se desenharam,
Mostrando aos homens tudo o que pensaram,
Convencida que apenas a voz se soltou de improviso.
Outras vozes se soltavam que eram indizíveis,
Que lhe tocavam no seu coração pouco aprazíveis,
Na provocação do seu corpo olhares choviam sem se molhar,
O frio passava a quem cresciam desejos de amor,
Por ela, mas ficavam apenas por criar um tremor,
Que às vezes até atrapalhavam um pouco o seu andar.
Maria do Céu gostava muito de mostrar seus atributos,
Que para si não eram mais do que desejos impolutos,
A sua honra nunca seria manchada pela sua exibição,
Pois era uma mulher a quem a Natureza privilegiou,
Para ser um monumento vivo que ela manipulou,
Tudo não passava apenas duma forma de chamar a atenção.
Á sua passagem pela rua ninguém ficava indiferente,
Olhares devoradores de quase toda a masculina gente,
Caíam como bombas no alvo que era a Maria do Céu,
Impávida e serena ela passava sem a mínima perturbação,
Mas ela sentia que era a causa de tanta sensação,
No entanto, a menina formosa nunca se perdeu.
Tavira, 01 de Junho de 2009 – Estêvão
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