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A MOSCA
“no seu peito insuflou a coragem da mosca”
Ilíada 17.570
A águia não apanha moscas
— pois não, nem a poesia
não sabias? Não haverá método mais prosaico?
mais indolor?
a mosca, cuja coragem foi outrora clonada no peito de Menelau
ah se tivesse aqui o Luciano — não o meu pai,
o outro, o de Samósata,
pedia-lhe ao menos um discurso
um arrebatado elogio
e um culto e rebuscado encómio
talvez conseguisse comover a sua inteligência
e apelar ao seu bom senso
mas o bicho danado, estúpida filha
de uma… mosca parideira
não deixa de importunar o condutor
de lhe zumbir o ângulo de visão
e lhe volitar à roda da cabeça, penetrar nos ouvidos
e na esfera dos olhos,
de lhe debicar a pele
e o condutor lá tem de descolar as mãos do volante
para atender às solicitações da fulana
pária da vida, invasora dos habitáculo alheios
— Bem, se não temos o Luciano, temos
o Parreira — intervém a Cristina
como é belo o senso prático das mulheres quando se exige —
se não vai lá com discursos de prosa
dá-se-lhe outra estética,
a da mão que brande os versos e mede o livro
uma pancada de metáforas bem escandidas
e já era!
28/07/10
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Poesia :
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Comentários
Olá
Texto interessante e com bastantes personificações.
Não sabia que a epopeia grega estava traduzida para português.
Sim, há uma tradução de
Sim, há uma tradução de Frederico Lourenço, em português.
gostei muito do seu poema...
gostei muito do seu poema... muito bem escrito...
até mais,
ana fm
Obrigado, Ana.
Obrigado, Ana.
A MOSCA
Belo Poema, com Metáforas escondidas...
Meus parabéns
MarneDulinski
Obrigado. O Parreira (João
Obrigado. O Parreira (João Tomaz) é um poeta amigo. E tinha um livro dele à mão… O poema inspira-se num evento real. A Cristina é a minha mulher. Luciano, escritor grego do séc. II, escreveu entre muitas outras coisas, um Elogio da mosca.