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Mulher-Dor
Penduravas nas cordas a íntima roupa,
como oferenda a um deus redentor.
Ia-se o lamento na levada do sol. Uma benção!
Tal como os frutos dados ao sequeiro,
para mitigar as fomes do longo inverno;
o inverno que te caiava o rosto,
fazia tempo; o tempo que te ressecara o viço,
te revirgindara no preto da íntima pele.
Culpavas o fumo do lacrimejamento
que te inflamava os olhos verdes,
já apequenados e secos de gente.
E era fumeiro, em pleno verão;
do bulício do regato fizeste retratos imprecisos.
Que mastigas, chamando
a saliva que te desfaz o carolo de pão.
No teu rosto, mulher-dor, só vejo camas de espera.
Onde te deitas. Há muito, só!
Odete Costa Ferreira, 11-10-17
Obra Edvard Munch em https://portate-mal.blogspot.pt/search?updated-max=2017-11-28T23:52:00Z&max-results=6
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Comentários
Joel,
muito grata pela presença, deixo as minhas saudações poéticas.
Odete Costa Ferreira
Se assim o entender, poderá ler-me em
http://portate-mal.blogspot.pt/
À muito, só!
À muito, só!
the best
the best