NÃO SEI QUEM GRITOU

 NÃO SEI QUEM GRITOU

Gritam por socorro mas ele não vem

Gritam pela vida mas vida não tem

Não sei quem pela vida agora gritou

Só sei quem por ela gritara já se calou.

Vozes murmuram cheias de lamento,

Pela vida que se calou neste momento.

Ouvem - se no ar cheias de compaixão

E todas pela alma calada pedem perdão.

Perdão para quê, se a alma de mal nada fez?

Seria por ter nascido de qualquer vez,

De um amor de felicidade de qualquer momento,

Que entre dois amores se fez a seu contento?

Quem nasceu do amor não precisa de perdão

Mas sim da mão de Deus a sua divina bênção.

Calem – se as vozes arautos da desgraça

E peçam a Deus que se justiça sempre se faça.

Levantem quem precisa de ser erguido

Não deixem que ninguém seja perseguido

Para pedir justiça, amor e igualdade

Todos têm direito a provar o sabor da liberdade.

2006-Estêvão