NÓDOAS

                                                                                                   Nódoas

Anda meu amor, não tropeces,

Tem cuidado com as tuas vestes,

Toma conta, não as manches,

Com lama que tem o chão,

Dá – me a tua linda mão,

Não caias e não te canses.

As nódoas do chão não interessam,

Mas, sim as nódoas que me impeçam,

De olhar para os outros sem recear,

Pois as nódoas do coração,

São muito piores que as do chão,

As outras é que podem sujar.

É bom ouvir da tua linda boca,

A tua voz que não é louca,

É verdade tens toda a razão

Pois as nódoas morais,

Ferem a alma como punhais,

E corrompem o coração.

Vês, tenho nódoas no meu vestido,

Mas ele não está perdido,

São nódoas que se limpam,

Vai ficar com a mesma cor,

Nódoas no coração só dão dor,

Essas, a mim é que me importam.

Tavira, 9 de Janeiro de 2009 – Estêvão