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Nas garras da ambição
Não ambicioneis coisas altas, diz o mandamento
E o coração só almeja isso.
Como não desejar as coisas boas a minha volta?
E viver as paixões da minha alma?
O mundo é um lugar cruel
Cheio de sutilezas da qual não conseguimos escapar.
Tesouros escondidos no coração selvagem
Do desejo atroz da alma.
O deserto é traiçoeiro
E não encontro refúgio nas campinas
Nem árvores há na beira do caminho.
Traído pelo desejo oculto da alma
Preso nas garras da ambição
O ser humano é apenas uma folha seca
Conduzida pelo vento do outono.
Nada pode impedir a dor cruel de uma solidão
Nem dar alegrias depois da despedida.
Será possível desvendar os vultos na parede
Ou caminhar pelo leito do rio sem molhar os pés?
Triste a sina de um peregrino
Que palmilha as areias escaldantes no deserto
Das incertezas e desilusões.
Cavaleiro solitário a lutar com os moinhos de vento
Sem a esperança presa na caixa de Pandora
Carregando as pedras gigantes que rolam da montanha
E vendo a cera das asas derreterem próximo ao sol.
Não ambicioneis coisas altas
Aprenda a confiar e a viver a beleza da vida
Contemplando os lírios dos campos
E as aves do céu.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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