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Nasceu um dente nos céus da minha boca
Ele tinha nos braços
Mordeduras de amor recente
Pequenas tragédias saudáveis
Daquelas que constroem o carácter
Pequenos amores egoístas
A cobra dele tinha um dente.
Estava calor,
E ele aproximou-se de mim,
Segredou-me segredos
Perguntou-me se eu tinha antídotos
A cobra dele tinha um dente.
Enquanto hesitava em dar-lhe uma resposta
Meus lábios sedentos
Chuparam-lhe o veneno
Abri-lhe o corpo com a língua
Ficou a ferver com a febre da ressaca.
Injectei aquele veneno
Na minha ferida aberta
De pequenas tragédias saudáveis
Daquelas que constroem o carácter
Pequenos amores egoístas
Nos céus da minha boca nasceu um dente.
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Poesia :
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admin
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Comentários
Re: Nasceu um dente nos céus da minha boca
Imagem subtil mas esplêndida!
Suave mas grandioso!
Adorei MariaTreva!
Bjs
Re: Nasceu um dente nos céus da minha boca
mto bom, Maria! adoro ler-te!
Re: Nasceu um dente nos céus da minha boca
Uma cobra/serpente cheia de veneno e de encantos.
Quem terá ficado mais febril, a cobra ou a vítima?
Que importa... se o poema é belo...
Bjs