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NUNCA É TARDE

Nunca é tarde

As horas para mim são dias, as horas para mim são anos,
Quando por ti espero nas horas dos meus enganos,
Já não sei se foste tu que me enganaste, já bem não sei,
Ou fui eu sem querer, que à tua espera te enganei.
Se fui eu que te enganei, peço avidamente o teu perdão,
Pois na minha espera até parece que nas horas fiz confusão,
O meu amor já me segredou que muito te quer, ele não me atraiçoa,
Ele é que me diz para te amar, pois amar é coisa boa.

Vem meu amor, esperarei o tempo que o tempo me deixar,
Pelo muito que te quero, muito não me importo de esperar,
Por ti, não me importo de aguardar dias ou anos,
Se o tempo da minha espera não me causar danos,
Mesmo que das minhas lágrimas faça um regato,
Eu vou esperar que ele seque para te dar o meu abraço,
Com o calor que tu mereces, o meu amor quer que assim seja,
E a minha alma te vai esperando dentro da sua grandeza.

Se a eternidade tiver tempo, esse tempo eu quero para mim,
Para que ela me dê o tempo que possa esperar por ti,
Para que um dia sinta a alegria na minha alma por te ver,
Mesmo que tenha cabelos brancos de esperar para te ter,
Junto ao meu coração que há tanto tempo vai batendo,
Já cansado não interessa, por ti ele está correndo,
Pois ele ainda não se queixou de esperar tanto tempo,
Venhas de onde vieres ou até do lado de onde sopra o vento.

Parece que ouço a voz do vento, chamar pelo teu amor,
Sou eu quem te espera, na eternidade da minha dor,
Não me enganei, chegaste, dá – me um abraço quente,
Para passar este frio, antes que a minha alma se lamente,
Um beijo também é bom, nele unimos os nossos corações,
E assim vamos descarregando as nossas emoções,
E a alegria finalmente chegou, tarde mas a horas,
Pois elas já não parecem anos, agora cheiram a rosas.

Tavira, 22 de Setembro de 2010 – Estêvão

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domingo, março 3, 2013 - 00:15

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José Custódio Estêvão

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