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O cavaleiro e o Dragão

O CAVALEIRO E O DRAGÃO
Jorge Linhaça
I
Era uma vez há muito tempo
um cavaleiro desses andantes
como sempre bons viajantes
correndo como fosse o vento
em busca de seus momentos
de uma bela dama socorrer
sem se importar em morrer
pois cavaleiro que é heroi
a coragem não corroi
não pode nunca esmorecer
II
Corria virando o mundo
de pernas pro ar por ai
fuçando mais que quati
pois sabia lá no fundo
num sentimento profundo
que o dia havia de chegar
de uma fera ele encontar
para travar a batalha
ainda que fosse a mortalha
o que houvesse de achar
III
Ouviu pois numa aldeia
da boca dos caponeses
que muitas e muitas reses
sofreram de morte feia
sobrando só a caveira
que uma tal besta fera
com a forma de quimera
um gigantesco dragão
vomitante qual vulcão
devastava a suas terras
IV
Vestiu-se de sua armadura
e foi em busca do monstro
ansiando pelo encontro
respaldado em sua bravura
montando sua cavalgadura
empunhando sua lança
no seu peito a esperança
como escudo protetor
e a fé em nosso Senhor
e na sua eterna bonança
V
E no alto da montanha
viu o bicho assustador
valha Deus nosso senhor
que a fera era tamanha
que lhe gelou as entranhas
mas o bravo cavaleiro
era um valente guerreiro
encarou pois o dragão
orando em seu coração
que Deus lhe desse o esteio
VI
Que não fosse ali seu final
neste mundo semi perdido
e embora já estivesse ferido
pelo demoníaco animal
guiado por mão divinal
dirigiu a sua espada
com uma mira lascada
ao coração do bicharoco
que soltou um grito rouco
de deixar a alma gelada
VII
Ferido de golpe mortal
o dragão se contorcia
e toda a terra tremia
em um tremor infernal
de seu suspiro bestial
até que estrebuchando
mais quieto foi ficando
até que morreu de vez
quem tanto mal assim fez
a tantos seres humanos
VIII
O herói seguiu seu caminho
outros perigos a enfrentar
com os dragões a pelejar
mas não seguiu mais sozinho
pois encontrou o carinho
nos braços de uma donzela
dentre todas a mais bela
e seguia assim satisfeito
levando o amor no peito
 enfrentando todas mazelas.
IX
E aqui vou me despedindo
montado no meu jeguinho
vou saindo de demansinho
minhas desculpas pedindo
se o cordel ficou comprido
se te cansou de tanto ler
se te deu sono pra valer
mas cordel muito curtinho
conta tudo cortadinho
e você fica sem metade sabe

 

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segunda-feira, maio 23, 2011 - 11:06

Poesia :

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Jorge Linhaca

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