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O CIÚME INSULTA INSINUANDO O MAL QUE NÃO EXISTE
Mata-nos o ciúme
nesta atroz dor nua que nos tortura a sangue frio.
Palavras persuadidas
com quebras violentas dos sentimentos.
Falece perante o meu frio
a claridade do sentir as coisas
como elas são em queda na falésia da tristeza.
Horrorizada ânsia
num suspiro sequestrado
de nós mesmos decrescidos sem controlo.
Alquebrado vazio.
O ciúme é carrasco do sorrir
condenado ao mofo de estar enganado.
Aufere da mentira o aulido
que em nós geme gerado por envenenamento.
Fantasmas de outrora
bajulam vómitos de desconfiança impiedosa.
Sentir o excesso de um ciúme
é morrer caminhando descalços sobre espinhos.
Suspeitas lufando ao pensamento o fim do amor.
O fim de tudo nesse nada que nos ocupa a alma.
Ciúme
é um termómetro sem escala
que nos escalda a certeza e nos recua ao Eu maledicente.
O ciúme insulta insinuando o mal que não existe.
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Comentários
O poema está bem idealizado e
O poema está bem idealizado e melhor construído.O único senão é o ciúme nada ter de verdadeiramente poético. No entanto, o autor revela destreza ao lograr falar do sentimento pernicioso sem macular o poema.