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O DIA DOS MEUS ANOS
O dia dos meus anos
Sessenta e nove anos, quem havia de dizer,
O tempo que já passou desde o meu nascer,
Foi a 2 de Outubro de 1941, tempo de guerra e de fome,
Naquele lugar pobre, Monte Gordo é o seu nome,
Que fica junto ao mar, desde o tempo que nasceu,
É o lugar onde nasci que fica entre a terra e o céu.
Foi naquele lugar onde a minha vida começou,
Foi uma etapa triste que na vida me marcou,
Pois o passado anda sempre comigo, para me lembrar,
E em muitos anos que viva, ele nunca me vai deixar,
Para me ensinar que a vida é um constante pelejamento,
Com as armas do meu carácter que tenho no pensamento.
Não sei se nasci de dia ou durante a noite, só sei que nasci,
E que o tempo me fez o favor de me trazer até aqui,
Deu – me a força suficiente para não perder a esperança,
De viver com dignidade neste tempo que avança,
E vai deixando para trás, recordações, uma história,
Que é a minha e ainda não a perdi da minha memória.
A vida é uma sucessão de actos que sempre acontece,
Que fica dentro de nós e nunca mais nos esquece,
Para bem ou para mal, todos os actos vão sucedendo,
Metidos nesta ilusão, não pensamos que vamos morrendo,
Vamos tendo a ambição de continuar sempre a viver,
É assim a lei da vida, é assim que tem que ser.
Tavira, 2 de Outubro de 2010 - Estêvão
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