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O dia em que eu não nasci

Lembro bem: nublado e abafado
E frio ensolarado,
Lembro bem

O dia era lindo
E feio, fugidio
Funesto resplandecente, nasceu a mim
Eu nasci ali
E morri aqui

Na poesia
Estou lá, porém restrito às limitações do imaginário
Estou lá
Para cá, também, acho que não vou, venho a estar

Eu morri infeliz
Morri agora
Nestes gestos, na mão destra na testa
Sendo um bom canhoto de escrita, escrevo direito o meu erro...
Eu morri, por ora
Nos desertos, chovi por séculos e banhei os mares
Eu morri nas frases de efeito, nos desenhos da lua
eu morri...morri

Estou aos vermes e sequer vivi
Estou feliz e sequer nasci
Lembro bem: os contatos eram de grau menor
Lembro bem: diziam do valor e do amor e à vida tornei-me menor

E daí? Eu morri por um tempo
Tenho algo que diz que ainda respiro
É engano; eu morri quando nasci

Tem pessoas que dizem que me amam
É engano; eu vivi e não vivi

Tudo bem, vamos lá, caminhemos contentes
Celebremos, corpo vão, a alma errante
Diz que sou mente? Indigente!
Sou deveras poente no escuro nascente

Diz que sou dia... Adia o enterro
Esqueceste, eu deixei de viver quando optei em nascer
Eu morri por agora, lembra-te
Pois és minha mente, o que mostro atraente
Decente
Descente

Diga por mim ao meu corpo que morri por nós
Diga que somos belos porque somos belos

Paro aqui, decidi
Eu morri por pouco
Por muito, tornei-me por vezes indecente!

Submited by

quarta-feira, junho 30, 2010 - 00:18

Poesia :

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robsondesouza

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Comentários

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Re: O dia em que eu não nasci

"Morri agora
Nestes gestos, na mão destra na testa
Sendo um bom canhoto de escrita, escrevo direito o meu erro...
Eu morri, por ora
Nos desertos, chovi por séculos e banhei os mares"

Gostei do cheiro da controvérsia que a tua poesia liberta, esse conflito de sensações e lugares de introspecção que nos fazem pensar e onde deambulamos tantas vezes num estranho conhecimento de nós próprios, ante os nossos medos e ansiedades.
:)
Beijinho em ti, Robson!
Inês

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