CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

O drama da morte no suicídio

Viver é para muitos seres

Uma provação tamanha

Que a busca da aventura

no território da morte

 

Conduz muitas almas viventes

A se auto-imporem o sacrifício

da própria existência

no plano terreno, físico.

 

O drama da morte tomada

pelas mãos no desespero

de uma saga suicida

é de há muito conhecida

 

E decerto, pouco compreendida:

Sejam traidores, Judas que se arrependem

Sejam guerreiros que tombam pela honra

Sejam soldados nipônicos que se lançam em combate

Sejam prisioneiros que se enforcam para não pagarem a pena

Sejam fanáticos que se  imolam por uma causa

 

O suicídio pode ter inúmeras razões

E cada ideação tem em seu desfecho trágico a marca

Da insatisfação, do desespero, seja ato pensado ou im-pensado

Que faz da abreviação da vida, uma ponte para algum lugar

 

Ao não suportar a existência,

E enfrentar as vicissitudes da vida,

O indivíduo com pensamento suicida

Vulnerável e frágil criatura, o sopro sublima

 

Mais do que, construir teorias para explicar

o ato derradeiro consumado em meio a dor

Mais do que culpabilizar ao próprio ser

ou a quem supostamente algo deixou de fazer

 

É preciso refletir sobre as nossas vulnerabilidades

Este descortinar de possibilidades e impossibilidades

Nos torna presas fáceis, de inconformismos

E expõe nossas inúmeras fragilidades

 

Assim, não devemos julgar tampouco condenar

Aqueles que tiram a própria vida

Por mais doloroso que seja suportar a perda

Somente aumentará o peso da alma sofrida

 

Se o pouco ou tudo que fizemos

Não foi suficiente para lhes aplacar

A erupção de um coração feito vulcão em chamas

Também não nos culpemos nem busquemos culpados

 

A oração por seu poder de chegar à alma

É o combustível que a pessoa precisa nesta hora trágica

Para iniciar sua nova caminhada, e buscar a cura

E cicatrizar a ferida que se abriu em sua abreviada vida na terra,

 

Ao corpo inanimado nada mais resta a fazer

Apenas o repouso como substância

Ao espírito desorientado muito há por fazer

Para aplacar sua profunda dor, perdoar a pessoa amada

 

Somente o poder do amor pode converter-se

Em bálsamo, conforto e alimento para superar a ambos,

- à pessoa que se imola e a seus entes queridos -

As dúvidas, inquietações, pesares e culpas deste momento.

 

O amor é como um farol em alto mar

Que se transforma em luz para conduzir

O barco da existência, em meio às turbulências

Na penumbra da noite fria, ele abre as cortinas

 

De um novo horizonte, de compreensão e acolhimento

Que a chegada da boa-nova requer esforço e serenidade

Para suportar a dor da precoce partida do ente querido

E para dar-lhe forças para desprender-se e seguir viagem

 

Por mais que a vida nos coloque diante de situações-limite

como este súbito arrebatamento das correntes vitais

Decerto, há um sinalização em cada experiência vivida

A de que precisamos melhorar e muito a nossa condição humana

 

Para que a vida possa sim, ser curtida com intensidade

Mas, cuidando que não seja desperdiçada pelo fatalismo e futilidade

Ou pela sensação de cada dia ser um suplício, uma ansiedade

Ao invés de ser uma oportunidade de construir a felicidade.

 

AjAraújo, o poeta humanista, escrito para reflexão da perda da vida de um jovem vizinho músico ocorrida em 3 de julho de 2011.

Submited by

segunda-feira, julho 4, 2011 - 14:56

Poesia :

No votes yet

AjAraujo

imagem de AjAraujo
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 7 anos 8 semanas
Membro desde: 10/29/2009
Conteúdos:
Pontos: 15584

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of AjAraujo

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Meditação É preciso fazer alguma coisa (Thiago de Mello) 0 3.953 09/23/2011 - 11:34 Português
Poesia/Intervenção Estrada da utopia 0 1.040 09/23/2011 - 01:27 Português
Poesia/Aforismo O tempo corrente que leva 0 3.341 09/23/2011 - 01:06 Português
Poesia/Dedicado O velho e o menino 0 2.367 09/23/2011 - 00:47 Português
Videos/Música J.S. Bach - Sheep May Safely Graze (Emma Kirkby, soprano) 0 16.446 09/20/2011 - 23:30 inglês
Videos/Música Monteverdi - Venite, venite (Emma Kirkby & Evelyn Tubb) 0 7.360 09/20/2011 - 23:22 inglês
Videos/Música John Dowland - Fine Knacks for Ladies (Emma Kirkby) 0 6.619 09/20/2011 - 23:19 Português
Videos/Música John Dowland - Flow my teares (Emma Kirkby) 0 10.171 09/20/2011 - 23:16 inglês
Videos/Música Haendel - Messiah, If God be for as (Emma Kirkby) 0 9.785 09/20/2011 - 23:10 inglês
Videos/Música Henry Purcell - Dido's lament, York, 2007 (Emma Kirkby, soprano) 0 11.167 09/20/2011 - 23:07 inglês
Videos/Música Pergolesi - Stabat Mater (Emma Kirkby, soprano & James Bowman, tenor) 0 43.947 09/20/2011 - 23:04 inglês
Videos/Música Haendel - Messiah, But who may abide recorded in Westminster Abbey (Emma Kirkby & David Thomas) 0 7.273 09/20/2011 - 22:59 inglês
Videos/Música Henry Purcell - An Evening Hymn (Emma Kirkby) 0 5.843 09/20/2011 - 22:55 Português
Videos/Música Henry Purcell - Abdelazer Suite: II. Rondeau (Roger Norrington & Orchestra of the Age of Enlightenment) 0 13.351 09/20/2011 - 22:53 inglês
Poesia/Intervenção Presenças (Dom Pedro Casaldáliga) 0 3.095 09/20/2011 - 22:46 Português
Poesia/Meditação Poderás ser a nossa Paz? (Dom Pedro Casaldáliga) 0 2.530 09/20/2011 - 22:38 Português
Poesia/Meditação Terra nossa, Liberdade (Dom Pedro Casaldáliga) 0 9.116 09/20/2011 - 22:26 Português
Poesia/Meditação Retificação (Saber Esperar) (Dom Pedro Casaldáliga) 0 5.907 09/20/2011 - 22:02 Português
Poesia/Meditação Saber Esperar (Dom Pedro Casaldáliga) 0 6.155 09/20/2011 - 21:59 Português
Poesia/Meditação A verdade (Thiago de Mello) 0 4.335 09/19/2011 - 01:37 Português
Poesia/Intervenção Memória da Esperança (Thiago de mello) 0 4.086 09/19/2011 - 01:32 Português
Poesia/Intervenção Narciso cego (Thiago de Mello) 0 1.569 09/19/2011 - 01:28 Português
Poesia/Meditação Os Estatutos do Homem (Thiago de Mello) - uma carta universal dos direitos humanos poética. 0 6.041 09/19/2011 - 01:21 Português
Poesia/Meditação Para os que virão (Thiago de Mello) 0 2.300 09/19/2011 - 01:15 Português
Videos/Música Tocando em frente, de Almir Sater & Renato Teixeira (Xangai) 0 5.456 09/18/2011 - 23:37 Português