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O FORRETA
O forreta
O forreta extremo é fundamentalista,
Só vê o dinheiro na sua vista,
O dinheiro é o seu Deus, o seu amor,
E quando o perde não suporta a dor.
O ar é de borla, por isso ele pode respirar,
Pois preferia morrer se o tivesse que pagar.
Ama mais o dinheiro que o seu próprio ser,
Sem o seu dinheiro não imagina viver.
Pelo dinheiro ele faz muitos sacrifícios,
Por isso é sempre pessoa de todos os ofícios,
Não come, não bebe, por ele passa fome,
Por isso não o gasta, o dinheiro o consome.
Anda roto, pobremente vestido,
Porque o dinheiro é o seu único inimigo,
Mas no seu pensamento não o julga assim,
E pensa que o leva depois do seu fim.
Por ser forreta todos lhe apontam o dedo,
E ele se esconde, por causa do medo,
Que com os olhos lho possam extorquir,
E fecha – se ao mundo para dele fugir.
Acorda, olha a vida, deixa de ser forreta,
A vida que vives é uma grande treta,
O dinheiro que amealhaste nunca será teu,
Ele não te deu vida, de ti nunca nasceu.
Tavira, 15 de Julho de 2010 - Estêvão
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