CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O Palácio Chinês
Não é longa a ponte que me leva a Xangrilá.
Mas é disforme como a de Monet, sobre o lago dos nenúfares.
Tão logo eu a cruze, sei que estarão me aguardando o tigre branco e a pantera negra que me protegem dos demônios e me livram da tristeza.
Será bom poder acariciar-lhes e sentir-me como Zaratustra que também voava com a sua águia e rastejava com a sua serpente.
E que pairava com ambos sobre a vida dos homens que nunca se arriscam em arames estendidos...
Conta-me Yume, que as bonecas do Oriente são feitas da porcelana mais fina que há.
Talvez sejam tão finas que se parecem com almas...
Eu não a vejo, mas sinto a suavidade de seu toque e pressinto a lisa e longa noite escura de seus cabelos em minha nuca.
Sem que eu olhe, sei de seu corpo delicado como a porcelana sem matéria. E sei de seu sorriso encabulado quando digo que são lindos os brilhantes que lhe adornam os seios...
Estou sentado frente à imensa janela de vidro e engulo as generosas porções do verde que sobem da rua.
Sei que são Paineiras, Amendoeiras e alguns incertos Flamboyants.
Mas sei que são irreais. Meros espectros aprisionados no umbral do tempo antigo.
Apenas as Cerejeiras existem...
É cálida a brisa em que desliza o sutil perfume e a delicadeza herdada das gueixas eternas.
Eternas gueixas, em seda vestidas, a conduzirem as delicadas mãos que alisam a minha face e aliviam as dores que tantos e tantas tatuaram em minha carne e alma...
Agora, o verde apagou-se com a chegada de Vésper e a noite assumiu seu mistério.
Da rua, sobe apenas a luz hesitante de um poste solitário...
E é nessa penumbra que toco o veludo das vias que conduzem ao Palácio de Jade, enquanto abrigo a tua nudez com os últimos poemas que te fiz...
Meia-luz que nos desenha no calor de todos os desejos.
Meia-luz com que cantamos a canção do amor...
A primeira florada das Cerejeiras faz o mundo ser lilás.
E antes que a outra neve recubra os montes, os riachos riscam novos arabescos enquanto baila o Arco-Íris que o teu riso liberta...
Eis-te florida, meu doce Jasmim do Oriente...
Para Yume. Carinho.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, outono de 2015.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1478 leituras
other contents of fabiovillela
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | Ausentes | 0 | 1.686 | 01/05/2015 - 00:04 | Português | |
Poesia/Amor | O Gim e o Adeus (2015) | 0 | 2.175 | 12/31/2014 - 14:02 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte XII - A Metafísica | 0 | 3.172 | 12/29/2014 - 19:06 | Português | |
Poesia/Geral | Gauche | 0 | 1.889 | 12/26/2014 - 18:50 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte XI - O Método | 0 | 2.925 | 12/24/2014 - 20:01 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte X - A Geometria Analitica | 0 | 4.102 | 12/24/2014 - 19:57 | Português | |
Poesia/Amor | Quietude | 0 | 1.182 | 12/21/2014 - 21:03 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte IX - O primeiro filósofo moderno - Cogito Ergo Sun | 0 | 3.791 | 12/20/2014 - 20:29 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte VIII - A época e o ideário básico | 0 | 3.544 | 12/20/2014 - 20:25 | Português | |
Prosas/Contos | Farol de Xenon | 0 | 2.745 | 12/20/2014 - 00:40 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte VII - Notas Biográficas | 0 | 3.831 | 12/19/2014 - 12:56 | Português | |
Poesia/Meditação | Sombras | 0 | 2.406 | 12/17/2014 - 23:21 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte VI - Preâmbulo e índice de obras | 0 | 3.390 | 12/17/2014 - 13:07 | Português | |
Prosas/Drama | Nini e a Valsa | 0 | 4.514 | 12/17/2014 - 00:56 | Português | |
Poesia/Amor | As brisas e as rendas | 0 | 1.845 | 12/15/2014 - 21:08 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - os Tipos de Razão Filosófica | 0 | 2.932 | 12/13/2014 - 18:53 | Português | |
Poesia/Amor | Desencontros | 0 | 2.058 | 12/10/2014 - 19:41 | Português | |
Poesia/Amor | Navegante | 0 | 2.067 | 12/05/2014 - 00:21 | Português | |
Poesia/Amor | Evoé | 0 | 2.196 | 12/03/2014 - 00:17 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte IV - o Racionalismo | 0 | 2.874 | 12/01/2014 - 14:21 | Português | |
Poesia/Amor | A Face | 0 | 1.293 | 11/29/2014 - 23:20 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte III - o Racionalismo - continuação | 0 | 5.330 | 11/27/2014 - 14:33 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Parte II - o Racionalismo | 0 | 2.273 | 11/26/2014 - 14:03 | Português | |
Poesia/Amor | A Dança | 0 | 936 | 11/23/2014 - 18:28 | Português | |
Prosas/Outros | Descartes e o Racionalismo - Preâmbulo (Apêndice: a Razão) | 0 | 2.892 | 11/22/2014 - 20:56 | Português |
Add comment