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O passar do tempo

Começou com uma dedicação, paixão tímida.
Totalmente admirado pela tua beleza sem fim,
Para sempre teu, assim desabrochou.
Um distante vermelhão dentro de um pequeno livro de borboletas,
E sorri, surpreendido, quando estas dali esvoaçaram,
As ténues asas sussurravam o teu nome a cada batida.

Seis meses passaram, e o Verão surgiu,
Obsessivamente as letras do teu amor caíram na minha vida,
O mesmo suave veludo que ainda hoje afago com a mão.
Por favor tenta entender, tenho de te ver, tenho de te sentir..
Dizer-te todas as formas que te necessito, que para sempre te amo...

Esta estranha atracção extende as suas asas,
Varia da mais pequena coisa,
Até ao infinito que em ti começa, e não termina.
Nunca saberás como as coisas nunca se alteraram,
Nunca variaram das mais pequenas coisas até este amor.

O ano envelheceu incessantemente,
Comecei a fumegar poesia das minhas veias secas,
Secando as folhas gastas por palavras ôcas.
E sorri, novamente surpreendido, em reconhecimento.
Tu puxaste-me,
Eu respondi-te,
Um cartão postal de côr sépia,
Criado no formato de quando e onde,
Nós os dois nos encontrassemos.
O meu discurso de abertura, tão bem preparado,
Um sorriso, de novo um sorriso...nervoso,
Não consigo tirar-te os olhos de cima.
Mas não os faço incendiar como eles mereciam.
Era perfeito, tão inacreditável,
Que não pude deixar de acreditar que era real.
E uma chuva de beijos, cairia desprendida nos meus braços.

Agora,
Tão só, enfrento o novo ano, sem receber uma palavra tua.
Escrevi a perguntar-te se poderiamo-nos encontrar lá para a Primavera..
Mas as semanas passaram sem resposta, e mais um aniversário chegou,
E com ele a minha surpresa se foi, pois nada é como foi...

Desculpa-me, enfatuadas desculpas, imaginação culpada,
Eu tinha a certeza de que era O Tal, mas estava enganado,
E assim neste equívoco, vou destruindo os meus sonhos,
Mas nunca esquecerei o meu desabrochar, nunca...foste tu!
Vermelhão vivo, dentro de um pequeno livro de velhos adeuses,
Que nunca se sabe quando desaparecerão!

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sexta-feira, março 11, 2011 - 15:15

Poesia :

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neomiro

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Apesar de haver um tom

Apesar de haver um tom descritivo neste poema, a verve do poeta não esmorece perante a dificuldade da narrativa.Quando se persiste, a obra acaba por ter merecimento.

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