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O QUE EU FUI E O QUE EU SOU




O que eu fui e o que eu sou

 

O que é que eu sou com este ser,

Que há tanto tempo nasceu sem eu saber?

Não sei se fui concebido com amor,

Certamente nasci com um acto de dor,

Para a minha mãe porque nasci do seu ventre,

E quando nasci chorei, não fiquei nada contente,

Não sei se foi com medo de começar a viver,

Ou por pensar o que me iria acontecer.

 

Para iniciar uma vida nova com inocência,

Completamente fechado à sapiência,

 Apenas nasci com instinto inato de viver,

Devo ter chorado para me darem de comer,

E só assim me devem ter conseguido calar,

Depois de satisfazer o meu instinto de mamar,

Nada sei dos meus primeiros momentos de vida,

Não sei, não posso explicar mas ela foi erguida.

 

Comecei a ter consciência ainda era inocente,

Na minha inocência sabia chorar e ficar contente

Nada sabia sobre a vida, do mal e do bem,

Mas já pedia chorando o colo da minha mãe,

Queria muito o seu amor e o seu carinho,

E ela levava-me pela sua mão no seu caminho,

Ela andava e, com os meus passos curtos fugia,

Andar sempre agarrado a ela era o que eu queria.

 

Depois comecei a olhar para as meninas,

Já olhava muito para elas como eu, pequeninas,

A minha inocência já me tinha abandonado,

Já conhecia o bem e o mal, fui sendo pela rua ensinado,

Que para se viver, tinha que se trabalhar,

Comecei a ter noção que a vida tinha que se pagar,

E ainda tenrinho comecei a ter que contribuir,

Trabalhando para a vida não me despedir.

 

Agora sou um ancião contente por estar aqui,

Por ver os meus descendentes melhor do que eu vivi,

Com a minha vontade indómita fui elevando,

A minha vida, umas vezes alegre outras chorando,

Quis sempre honrar quem sempre me ajudou,

A levantar-me do chão e a minha vida mudou,

E hoje estou feliz com a minha heroicidade,

Sou um vencedor da vida sempre com lealdade.

 

 

Tavira, 23 de Fevereiro de 2011 - Estêvão

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sábado, maio 25, 2013 - 09:23

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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