CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O robô que existe em ti
Abriste esse coração esponjoso e avermelhado.
Junto do meu peito selvagem, supersónico,
a tua mente artificial que não compreendia os sentimentos,
abraçou-me. O vidro embaciado do ovo em que nasceste
estilhaçou-se nas águas do lago vertical.
Caíram do céu como chuva para os teus olhos,
afogando as lágrimas monótonas.
.
.
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Onde nos deliciámos naquela casa junto ao mar
marcada pelos picapaus deprimidos,
ansiosos por afastar da sombra das asas
o rasto das térmitas devoradoras das suas almas.
.
.
Ríamos em gargalhadas acolhedoras e vibrávamos
com o crepitar da lenha com que alimentávamos o corpo.
Já não se via vestígio inumano; a luz dos teus olhos
espandia-se no tecto da sala aveludada;
Quando regressávamos às ruas quase desertas
as bicicletas dos transeuntes ziguezagueavam,
recordando-me as espirais onde um dia adormeceras.
.
.
Tornámo-nos fugitivos dos loucos cientistas
possuídos pela ignorância de não saberem quem és.
.
.
Aqui nos encontramos agora neste mundo distante,
neste paraíso que se tornou mais horrendo.
Eis as razões que nos trouxeram aqui.
.
.
Mas sei que lá longe onde não estou contigo,
os ponteiros do relógio continuam a avançar
e a catedral onde te vi pela primeira vez
reza no círculo das tuas mãos delicadas
o perdão àqueles que vivem com a obsessão:
destruir o robô que existe em ti,
e que agora não é detectável
pelos seres tão humanos quanto eu.
rainbowsky
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1224 leituras
Add comment
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | Do olhar perene a teia física | 1 | 2.600 | 04/24/2011 - 22:03 | Português | |
Poesia/Desilusão | O fermento do engano | 2 | 1.814 | 04/21/2011 - 02:52 | Português | |
Poesia/Desilusão | Caí | 3 | 2.229 | 04/13/2011 - 16:11 | Português | |
Poesia/Geral | DUETO - Tanto me fazia que fumasses um cigarro | 1 | 1.541 | 04/09/2011 - 00:00 | Português | |
Poesia/Tristeza | O tempo e o tom | 1 | 1.176 | 04/07/2011 - 18:08 | Português | |
Poesia/Tristeza | Ficcionem-me | 1 | 2.765 | 04/07/2011 - 02:10 | Português | |
|
Fotos/Natureza | Pôr-do-sol | 3 | 2.187 | 04/05/2011 - 02:51 | Português |
Poesia/Pensamentos | Labiríntica sensibilidade | 4 | 2.058 | 04/05/2011 - 02:46 | Português | |
Poesia/Meditação | PaisAGEM | 0 | 1.111 | 03/30/2011 - 01:29 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Only you | 1 | 1.774 | 03/23/2011 - 23:10 | Português | |
Ministério da Poesia/Alegria | Ser poema | 3 | 2.826 | 03/11/2011 - 16:01 | Português | |
Poesia/Alegria | Borboleta | 2 | 1.881 | 03/01/2011 - 15:44 | Português | |
Poesia/Tristeza | As cidades respiram | 2 | 1.896 | 02/27/2011 - 02:36 | Português | |
Poesia/Meditação | A vida que há em noz - poema e fotografia | 2 | 1.567 | 02/27/2011 - 02:27 | Português | |
|
Fotos/Outros | A vida que há em noz - fotografia e poema | 0 | 2.438 | 02/25/2011 - 22:20 | Português |
Poesia/Comédia | Patético I | 1 | 1.588 | 02/22/2011 - 06:16 | Português | |
Poesia/Comédia | Patético III | 1 | 1.386 | 02/21/2011 - 02:44 | Português | |
Poesia/Tristeza | E ali, julgo ser eu | 1 | 1.849 | 02/19/2011 - 09:22 | Português | |
Poesia/Comédia | Patético VIII | 1 | 1.316 | 02/19/2011 - 01:34 | Português | |
Poesia/Dedicado | Aceitas? | 2 | 1.599 | 02/18/2011 - 06:55 | Português | |
Poesia/Dedicado | O teu olhar | 1 | 1.689 | 02/15/2011 - 16:15 | Português | |
Poesia/Meditação | EXTENSO POEMA SOBRE O AMOR | 7 | 2.332 | 02/14/2011 - 22:53 | Português | |
Poesia/Tristeza | Dissoluções | 0 | 1.357 | 02/12/2011 - 13:21 | Português | |
|
Fotos/Outros | Tenuidade plácida | 0 | 3.563 | 02/09/2011 - 13:00 | Português |
Poesia/Tristeza | Gestos | 0 | 1.451 | 02/09/2011 - 01:42 | Português |
Comentários
Re: O robô que existe em ti
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Criativo e inspirado, um bom poema!!!
:-)
Re: O robô que existe em ti
Beijo ao escritor!
Bé