CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O robô que existe em ti
Abriste esse coração esponjoso e avermelhado.
Junto do meu peito selvagem, supersónico,
a tua mente artificial que não compreendia os sentimentos,
abraçou-me. O vidro embaciado do ovo em que nasceste
estilhaçou-se nas águas do lago vertical.
Caíram do céu como chuva para os teus olhos,
afogando as lágrimas monótonas.
.
.
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Onde nos deliciámos naquela casa junto ao mar
marcada pelos picapaus deprimidos,
ansiosos por afastar da sombra das asas
o rasto das térmitas devoradoras das suas almas.
.
.
Ríamos em gargalhadas acolhedoras e vibrávamos
com o crepitar da lenha com que alimentávamos o corpo.
Já não se via vestígio inumano; a luz dos teus olhos
espandia-se no tecto da sala aveludada;
Quando regressávamos às ruas quase desertas
as bicicletas dos transeuntes ziguezagueavam,
recordando-me as espirais onde um dia adormeceras.
.
.
Tornámo-nos fugitivos dos loucos cientistas
possuídos pela ignorância de não saberem quem és.
.
.
Aqui nos encontramos agora neste mundo distante,
neste paraíso que se tornou mais horrendo.
Eis as razões que nos trouxeram aqui.
.
.
Mas sei que lá longe onde não estou contigo,
os ponteiros do relógio continuam a avançar
e a catedral onde te vi pela primeira vez
reza no círculo das tuas mãos delicadas
o perdão àqueles que vivem com a obsessão:
destruir o robô que existe em ti,
e que agora não é detectável
pelos seres tão humanos quanto eu.
rainbowsky
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1075 leituras
Add comment
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusão | Na dobra dos beijos | 4 | 4.061 | 03/13/2018 - 16:46 | Português | |
Poesia/Tristeza | Aquela outra lágrima | 11 | 4.509 | 03/10/2018 - 10:42 | Português | |
Poesia/Dedicado | Posso falar-te... | 4 | 2.905 | 03/08/2018 - 18:10 | Português | |
![]() |
Fotos/Outros | Grito de melancolia | 1 | 5.617 | 03/08/2018 - 18:10 | Português |
Poesia/Tristeza | Escreves ou não? | 5 | 2.993 | 03/08/2018 - 18:08 | Português | |
Poesia/Tristeza | Frieza | 3 | 3.372 | 02/27/2018 - 09:52 | Português | |
Poesia/Intervenção | Gestos relevantes | 1 | 2.840 | 01/31/2012 - 00:02 | Português | |
Poesia/Tristeza | Mais que uma viagem | 1 | 3.775 | 12/27/2011 - 00:44 | Português | |
Poesia/Desilusão | Volátil - Parte III de III | 2 | 2.785 | 12/22/2011 - 14:59 | Português | |
Poesia/Desilusão | Volátil - Parte II de III | 2 | 3.431 | 12/22/2011 - 14:41 | Português | |
Culinária/Bolos | TARTE DE MAÇÃ DO RAIN | 1 | 4.115 | 11/28/2011 - 01:34 | Português | |
Poesia/Desilusão | Volátil - Parte I de III | 8 | 2.980 | 11/23/2011 - 14:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | Delírios | 1 | 3.110 | 11/08/2011 - 19:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | A verdade chega | 3 | 3.752 | 11/01/2011 - 14:29 | Português | |
Poesia/Tristeza | A dimensão | 1 | 3.927 | 10/27/2011 - 21:31 | Português | |
Poesia/Tristeza | Formas difíceis | 3 | 3.826 | 10/25/2011 - 15:07 | Português | |
Poesia/Tristeza | Sanguessugas transversais | 0 | 3.569 | 09/01/2011 - 21:12 | Português | |
Poesia/Tristeza | No avesso da alma | 2 | 4.483 | 08/20/2011 - 23:27 | Português | |
Poesia/Tristeza | Luz fugitiva | 2 | 4.437 | 08/15/2011 - 21:35 | Português | |
Poesia/Tristeza | VIOLA ODORATA | 1 | 4.449 | 08/06/2011 - 00:23 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Murmúrio e subtileza | 6 | 2.688 | 07/18/2011 - 19:44 | Português | |
Poesia/Tristeza | Sentimento | 2 | 3.655 | 07/10/2011 - 12:52 | Português | |
Poesia/Desilusão | Correndo para o abismo | 2 | 3.479 | 06/28/2011 - 00:52 | Português | |
Poesia/Meditação | O campo da alma | 4 | 4.218 | 06/14/2011 - 12:32 | Português | |
Poesia/Intervenção | Défice geométrico | 1 | 3.403 | 05/03/2011 - 22:49 | Português |
Comentários
Re: O robô que existe em ti
O destino escrevia em muralhas, quase ruínas,
os nossos nomes queimados com ferro em brasa,
fazendo-me lembrar o leite-creme.
Criativo e inspirado, um bom poema!!!
:-)
Re: O robô que existe em ti
Beijo ao escritor!
Bé