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ODE À ALEXIA, MEU MORTUARIO ANJO DA DEVASSIDÃO.

ODE À ALEXIA, MEU MORTUARIO ANJO DA DEVASSIDÃO.

Por Felix Ribas

“Tão distante de ti me encontro
Mas minh’alma com contigo ficou
Deixei apenas em ti lembranças
E hoje apenas a saudade me acompanha
Agora a mim só resta nesta vida
Longas horas de dor e infelicidade
Espero que de mim tenhas
Boas lembranças My Lady
Pois de você terei eterna saudade
As vezes falamos o que não devíamos falar...
As vezes ouvimos o que não devíamos ouvir...
As vezes choramos por algo que não devíamos chorar...
As vezes fazemos coisas que não devíamos fazer...
Sabe porque?
Porque às vezes amamos quem não deveríamos amar.”

ODE À ALEXIA, MEU MORTUARIO ANJO DA DEVASSIDÃO

1- Somos...

Amor, tornamo-nos hoje flores sepulcrais
Oriundos das lagrimas de sangue
De sombrios anjos apocalípticos
Nosso amor tornou-se um devasso funeral
Um ode a crueldade, unindo-nos
A vida e a morte

Você é o sol brilhando sobre
A cripta de suas vãs esperanças e sonhos frágeis
Uma desconexa súplica por misericórdia
Você se fez hoje ser o vento
Carregando todos os seus
Medos e perturbações, dores e eloquências
Perdendo-se a dor e ao pesar
Que vieram a permear
A sua humana existência

Eu sou a lua a vesti-la de prata
E enfeitiçar-lhe nas noites
Com sombrios cânticos de amor
Sou hoje o fogo, inquieto e bravo
A carregar meus medos e meus anseios
Meus sonhos e meu pesar
Minha vida e nossa maldição

Somos hoje o herege selo além da divindade
O renegar a fé e as dogmas da santa igreja
Uma oração a um deus surdo e mudo
Que aos seus veio a abandonar
Somos o culto pagão de luxuria e devassidão
A permear o sonho das proles humanas
Ceifando suas almas ao mestre dos decaídos.

2- Desperto...

Ao despertar dos séculos em minh’cripta
Após três ciclo de eras a espera
De um motivo a reviver a dor de existir
Sinto ao aroma de luxuria e devassidão
Inebriante em meio a nevoa
Desta noite de meu anseio
Jóia se faz ser ela mais radiante do que a lua
Ao norte de meu castelo frente ao mar
Sublime criatura dos deuses da morte, cheia de fogo
Sanguinária Rainha vampirica
A corromper minh’alma e sanidade
Olhos silvestres de jade que acompanham no mais impuro erótico
Se faz ser ela traiçoeira isca
A perder-me em fantasias e desejos.

3- Me perco...

Entregues a luxuria e ao desejo do momento
Entrelaçados somos a sangria nesta hora
Face frente à lua esta sim se faz ser
Deusa, senhora e nossa única testemunha
De nosso abissal momento de lasciva devassidão

Ferve seu beijo gélido meu pescoço nesta hora
Transmutando nossas almas e ser una nesta noite
Sinto libertar-me de meu sono sepulcro
Num mar obscuro onde as rochas
Simbolizam solitárias, o fantasma deflorado
De minha amada...
Empedernido, face a sedutora de preto
Ouço vozes sussurrantes nesta hora
Doce sinfonia funérea vinda
Das marmóreas estatuas cinzeladas de nosso
Abissal Templo de amantes
Perdido frente a este cemitério
Sobre o tormento de suas ilusões
Espantado e frágil, mas ainda repleto de paixão
Eu desejei pelo prelúdio do passado
De tempos ermos de onde outrora fui feliz
A maldição que seu amor
Se fez maior frente caricia ardente que eu pudera suportar
Neste estreito precipício acima do abismo carnal
Embriaguei-me pelo vinho de seu sangue
Vindo de seus lábios mortos junto aos meus.

4- Descobrir-lhe...

Nesta noite de morte e paixão
Por horas seu corpo eu percorri
Perdido em meio a seus encantos
Refugiado a tempestade em meio às criptas
Exaurido desfaleço, tenho premonições
Sinal de pesadelos de um plano inferior ao sol

Alma da escuridão
Agora sei quem tu és

Desperto ao assombro de meu sono
Arrastado ao pesadelo de suas ilusões
Vós sedes gerada de meus pecados
A trair a minha carne
Vós sedes o retrato de meus vãs amores de outrora
Só agora posso ver
Profunda dor sanguinária esta que permeou meu sono
Ostentando a morte, e da vida minha punição
Saída erma esta para lacrar este infame túmulo
Que se fez ser minha vida não vivida em prol de seu amor
Mas se fez equilibrador néctar dentro de minha revolta
O desejo se aqueceu mórbido em propósito a procurar
Até o fim cortinas cobertas de teias para onde ela veio a me transmutar
Deusa do cemitério, da tempestade e da lua
Na impecável beleza fatal de seu rosto constrangido
Frente a inexorável chegada funérea hora
Tenho visões de um paraíso onde fantasmas das sombras
Acompanham aos pecados e seus pecadores
Para tristeza e a perda de sua fé no mais negro relutar
De seus tormentos, aprisionados aos grilhões de sua culpa.

5- Me entrego ...

Anjos negros experimentem minhas lágrimas
Dou meu sangue em honra a deusa nesta hora
Em minhas veias corre agora o veneno
Da dor, do pecado e traição
Abduzido pelos lábios que eu mais apreciei
Sou levado pelas ondas traiçoeiras dos demônios
Onde assombrações afogam acima das estrelas
Lápides negras onde prostitutas amantes
Condenaram minh’alma tormentosa as sombras.

6- Alexia...

Arranque meus olhos, feiticeira que me cegaste a sua beleza
Perdi-me enfeitiçado a seus longos e negros cabelos
Assim como seus fartos e volumosos seios
Condenei-me ao toque de seus volumosos e carnudos lábios
E inebriei-me ao perfume de lascívia e luxuria que expele de seu profano corpo
Seus olhos de jade reluzem em meio à escuridão
Alumiando a minh’alma ao seu bel-prazer
Meu coração ressoa seu sangue agora nesta hora
E sou sorvido em deleite ao seu e ao meu pecado
Em um cemitério de anjos lacerados sobre o marmóreo altar
De nossos infames desejos devassidão que és minh’cripta
Eu agora estou sofrendo a perda da vida no sombrio veludo
Inscrito na sombra da Morte como uma veloz silhueta de nossa dor
Parto agora a chegada hora do não ser de minha vida
Cinzelado a dor do amor e traição
Já que da vida nada tive senão sofreguidão
Que a morte me venha como alento
E transmute nossas almas ao jardim de rosas negras
Para que juntos despedaçados pelos espinhos de nossas vidas
Vaguemos juntos rumo ao nosso reencarnar.

7- A nova vida...

Renascidos somos hoje eu e você
Enamorados somos a vida em meio às criptas
Neste ermo cemitério nossa morada
Seremos sempre as rosas vermelhas sobre nossas lápides
Já que a vida não deu-nos a chance de sermos uno
A nossa morte deu-nos a chance de recomeçar
Sobreviventes ao inverno de nosso ser
Carregando aos espinhos de nosso existir
Mas perfumando a beleza de nosso amor a cada florescer da primavera.

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sexta-feira, abril 2, 2010 - 16:00

Poesia :

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Comentários

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Re: ODE À ALEXIA, MEU MORTUARIO ANJO DA DEVASSIDÃO.

Recheado de emoção, primavera e imagens quentes e fortes!!!

:-)

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