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Os olhos da esperança se foram

Aquela que fez minha vida mudar
Não mais está aqui.
A ilusão toma conta da vida
Que renasce da saudade de tempos que se foram.
Os sonhos são desfeitos
Como a primavera sem flores
No jardim do esquecimento.
Seus sonhos tão lindos
São os pesadelos de outrora
Em um coração que não acordou.
Como a estrela cintilante
Na noite de lua
Você apareceu na minha solidão
E me fez compreender a natureza da minha existência.
Mas, não mais te vejo a sorrir,
Com a naturalidade que me fez apaixonar
Seu semblante sempre triste
Realça a natureza de um amor que não mais existe.
Sozinho caminho pelas ruas
Na solidão fria de uma noite de inverno
Relembro o pretérito de sua ausência
E a dor de agora é mais profunda.
Porque me enganaste desta forma?
Porque não me deixaste sofrer naquele tempo?
Se fora apenas para me aquecer momentaneamente
Deveria ter me deixado morrer de frio.
Seria melhor dessa forma.
Abraçado fortemente pela solidão de seus olhos
Que não mais contemplo a brilhar
Sigo sozinho pela escuridão.
Seu sorriso que me transformava
É um mero refúgio em minha alma desolada
Pois a tristeza de não vê-lo me sufoca.
Ao sair da minha solidão e abraçar seu coração
Pensei ter encontrado a minha eternidade
Mas a saudade que sinto agora
Dói o bastante para me tornar miserável.
Passageiro esse amor que me consome
Na ausência de sua alegria
O choro permanece a noite inteira.
Canto a tristeza de uma esperança
Que encontrei em seu olhar
E que, ao encontrar, me senti vivo outra vez.
Mas os olhos da esperança se foram
E eu, na solidão, me encontro de novo.
Essa é minha canção de hoje.
O amanhã não me pertence
E nele, posso tanto sorrir como continuar o choro.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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terça-feira, outubro 13, 2020 - 14:33

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Odairjsilva

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