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Palavras paralíticas em minha boca
Não há como conter o desejo dentro de mim
Ele me sufoca
Sinto-me asfixiado como que por fumaça
A revelar o meu coração.
Nele há uma angústia terrível
Uma saudade
Que não me deixa pensar direito em mim
Pois você povoa a minha mente o tempo todo.
Quero falar
Expor a minha humilhação em querer-te
Mesmo sabendo que seu coração
Não pertence a mim.
Mas não tenho palavras
Que expressem a minha dor.
Sinto que elas não saem como queria
São palavras paraliticas em minha boca.
E, quando me olha desse jeito,
Como que querendo uma explicação
Embaraço-me nas palavras
E não consigo expressar-me a contento.
O que fazer?
Seus olhos fuzilam-me
Quer uma explicação lógica
Para estar diante de mim.
Não consigo dizer nada
E, então, calo-me diante de tudo
E o silêncio passa a ser o companheiro ideal.
Você dá de ombros
Vira às costas e se vai.
Fico imóvel olhando-a sumir no horizonte.
Só resta-me sonhar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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