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POEMA DE QUANDO TUDO É ETERNO

I

Ela era como uma nuvem carregada
Quando convinha
ela chovia,
grave,
e inundava-me de paz
Quando não
conservava uma fúria que
rebentava
numa tempestade branca
indissolúvel

II

Pouco depois,
olhava-me com seus olhos de jabuticaba,
que brilhavam
e traziam as marcas da história
Como uma luz que não se apaga
nunca
seus olhos eram lâmpada para meus pés
e eu seguia, humildemente,
as vias até seu coração

III

Quando conversávamos
o fogo emanava dela toda,
sua boca parecia dizer-me: “fogo” e eu,
inspirado pela força que também atraiu Ícaro,
voava com gana,
sua boca, então, parecia dizer-me “mar”
e, olhando o Egeu sob meus pés,
eu planava com a tranquilidade dos que amam
e preferem a brisa suave
em vez de amorenar-se ou molhar-se
demais

IV

Nosso mundo transformava-se quando rastejávamos pela grama
Deglutíamos tudo ao nosso redor
primeiro a terra, depois um
depois o outro
depois o apocalipse
depois o espírito de Deus voltava a caminhar pelas águas do lago
que ladeava nosso campo florido
E tudo tornava-se fluido
eu lhe pedia o líquido santo e ela
dava-me
na boca, primeiro, depois mais
e mais

V

Numa noite contei-lhe que era mágico
que havia criado uma bolha de amor
Como ela não acreditasse
pedi-lhe que ficasse parada e
soprei todo o sabão dourado que Deus me deixara
Quando abriu os olhos
estava molhada e não havia bolha nenhuma
por fora
Quando me desculpou com um beijo ela percebeu:
“mágica é endireitar as linhas
tortas de-
-vidas”

VI

Se meu céu amanhecia antes do dela
olhava-a espantado
e percorria os sem-fim de seu cabelo estrelado
ainda
O espanto de sua beleza mutava-se-me em mudez
ante o nascer de sua íris colorida,
o subsequente sorriso prenunciava o dia que viria
e ele era largo e vivo
como vivo eu me via toda a vez
que as batidas de seu coração eu sentia.
 


 

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domingo, fevereiro 20, 2011 - 23:04

Poesia :

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