CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

A Poesia

A arte de versar; despertar o sentimento belo... poesia. A definição a ela dada, trancafiada no dicionário, serve só para alimentar os leigos. Vinho envelhecido sem rótulo, ela, traçando paralelos, redefini, mas nunca defini nada; nem ela mesma. Rediz o dito, desdiz o redito, edita, mas nunca dita. Dito isso, a poesia mais do que sentimentos, ou a arte de evocá-los, ela é um sentido que se soma aos outros sentidos, e que se manifesta em poucas pessoas; um híbrido nascido da percepção e da expressão. Entre Amor e Humor, a poesia é Rumor.

Os Profetas, cartomantes, quiromantes, adivinhos, ou seja lá como forem denominados os que tentam prever o futuro, todos se dizem dotados de um sexto sentido. Invencionismos a parte, na poesia não existe charlatão, ou se é poeta ou não se é. Sem meio termo. O morno, na poesia, vomita-se. E quem afirma o poeta é a poesia, e não o inverso.

Metrificada, rimada, versada, nascida da música, o que gera uma tremenda ironia: um poeta sempre será um músico, mas um músico pode nunca ser um poeta. O músico toca um instrumento e o poeta com a poesia simplesmente toca. Pensando bem, acho que a poesia nasceu antes da música... muito antes até. As pinturas rupestres, que aprendemos a chamar de “desenhos”, talvez sejam poemas, as primeiras epopéias grafadas da história. Quem é que vai saber se eram (são) ou não? Ninguém. A ciência apenas deduz que são desenhos que representam o cotidiano, dedução que não quer dizer nada. Apenas arquivam essas informações no “P” de pictóricos, e p(r)onto. O pior é que nós nunca saberemos se a “poesia rupestre” está em prosa ou verso. É, os “homens das cavernas” são os primeiros poetas da humanidade, e a sua poesia vem sobrevivendo ao tempo.

A poesia marca o tempo em toda a sua dimensão.

O médico e o monstro, é assim a relação do poeta com a palavra. Mumificada pelos acadêmicos, exaltada pelos fanáticos eruditos, subvertida pelo provincianismo, empanada pelas mídias de massa, a palavra sofre suas variações, mas é na mesa de cirurgia do poeta que ela cria vida. Mutilada, recortada, colada, costurada, repensada e reproduzida, a palavra se cria em meio aos choques e se ergue em forma de poesia, e se torna criatura maior do que o seu criador. Fernando Pessoa, um Dr. Frankenstein que produziu vários monstros, misturado com Dr. Jekyll, que não conseguia conter seus arquétipos e se transformava no gigantesco Dr. Hyde, Pessoa foi tão minimizado pelas suas crias que sua existência humana é praticamente nenhuma; Ricardo, Alberto, Álvaro, será que já não esbarramos com eles por ai?

Nem as almas que suplicam por misericórdia vagam tanto atemporal pelo espaço quando a poesia.

A poesia transcende.

Nos gestos graciosos da dança, em pinceladas (a)simétricas, no equilíbrio da natureza, no marasmo do campo, no caos urbano, na carne, na guerra, a poesia caminha em silêncio por esses corredores sinuosos e mostra sua cara ao poeta em lampejos de inspiração, e utiliza-os como um caminho para tomar forma, criar imagem, som, sabor, saber. Sem saber, o poeta é só um instrumento que a poesia usa para se apresentar. A poesia é o mais poderoso arquétipo do inconsciente coletivo. O verbo é princípio, a poesia um fim, e o poeta um meio.

Quando a sensação de vazio lhe atacar, e a guerra você versus você começar, escreva, pois é só a poesia querendo um dedo prosa.
 

Submited by

segunda-feira, março 7, 2011 - 18:53

Poesia :

No votes yet

André Alves Braga

imagem de André Alves Braga
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 10 anos 12 semanas
Membro desde: 03/07/2011
Conteúdos:
Pontos: 811

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of André Alves Braga

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/Outros Casa das Rosas 0 2.400 03/19/2011 - 20:56 Português
Prosas/Pensamentos O teatro e a vida 0 2.179 03/19/2011 - 20:55 Português
Poesia/Pensamentos A praça morta 0 2.180 03/19/2011 - 20:51 Português
Poesia/Pensamentos Domingo 0 2.047 03/19/2011 - 20:50 Português
Fotos/Outros Lançamento 18/07/10 na BSP 0 2.212 03/08/2011 - 13:05 Português
Fotos/Outros Sarau Metrô Sta. Cecília 0 2.203 03/08/2011 - 13:01 Português
Fotos/Outros Poemas Errados (dias intranqüilos) 0 2.252 03/08/2011 - 12:59 Português
Poesia/Meditação Ato único 2 2.346 03/08/2011 - 12:46 Português
Poesia/Geral Vida sopro 0 2.191 03/07/2011 - 21:31 Português
Poesia/Geral Vida do poeta 0 1.684 03/07/2011 - 21:30 Português
Poesia/Geral Versificados 0 1.302 03/07/2011 - 21:30 Português
Poesia/Geral Vaidade pós-moderna 0 1.803 03/07/2011 - 21:29 Português
Poesia/Tristeza Tristeza 0 1.388 03/07/2011 - 21:28 Português
Poesia/Geral Tietê 0 1.524 03/07/2011 - 21:27 Português
Poesia/Geral Teimosia 0 1.429 03/07/2011 - 21:26 Português
Poesia/Amor Tal 0 1.517 03/07/2011 - 21:26 Português
Poesia/Amor Tabelinha 0 1.377 03/07/2011 - 21:25 Português
Poesia/Geral Suicinato 0 1.437 03/07/2011 - 21:24 Português
Poesia/Geral O suicida 0 1.691 03/07/2011 - 21:23 Português
Poesia/Amor SOS 0 1.493 03/07/2011 - 21:22 Português
Poesia/Amor Sorriso 0 1.468 03/07/2011 - 21:22 Português
Poesia/Amor Sorrio 0 1.391 03/07/2011 - 21:21 Português
Poesia/Amor Sopra vento 0 1.254 03/07/2011 - 21:20 Português
Poesia/Geral Sol 0 1.331 03/07/2011 - 21:19 Português
Poesia/Erótico Sobre o palco 0 1.687 03/07/2011 - 21:18 Português