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Poesia Autodestrutiva (2 ª parte)
Qual o sabor escondido no não vivido?
Parece-me que há um freio neste instante empurrando-me para o abismo da paralisia
Agora é calmaria: barco que segue ao desconhecido programa de viagem...
Autopiedade exacerbada
Qual a direção da pessoa que diz amar-me?
Vi na transparência da brisa a razão de existir
Quando cantei uma música tosca, cantei a mim e fiz-me acompanhado por uma voz emprestada ao desencanto com o mundo
Desnudei-me sob o manto abafado; regozijei-me
Estampei na expressão sem dentes a alegria inventada
Inventei-me à escuridão por baixo das peles do meu corpo
Tranquei a entrada do calabouço e firmei minha morada
Ó amada minha, venha atrás deste novo verme e ascenda-o a velho homem
Exteriorize o que dizes ser o desejo do beijo em mim
Alimente-me com a tua carne e tempere-a ao teu gosto
Ó amada minha, não permitas que teu escravo morra
Mate por mim todos os leões prometidos ao deleite do público
Vingue-nos através da tua posição e termine nosso plano
Resgate-me a leve-me sobre teu cavalo para além das montanhas, naquele barco a espera de nossa felicidade...
Delírios, diagramas corrompidos, dimensões cardíacas comprometidas...
Ruídos, rumos descobertos, resplandecência a jazer no escuro d'almas...
Estou aqui, sob o frio, faminto e febril
A delirar naquelas tuas ondas das nossas madeixas...
Deixe-me... fico bem aqui
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Comentários
Re: Poesia Autodestrutiva (2 ª parte)
Tenho-te lido neste teus últimos textos e encontrado
o teu lado mais intrigante.
A tua poesia é muito boa. Eu gosto.
A qualquer momento de desanimo, respondemos com
a pujança de quem se quer exorcizar nas palavras que saem da alma.
Um abraço Robson
Vóny Ferreira