POR TANTOS SENTIRES

POR TANTOS SENTIRES

Debruçada sobre a alma
desses tantos sentires
promontório do pensar
sinto-te sem me pedires
o que de ti possa achar
em escritos magnânimos
botôes de alma por desabrochar

flores de cansados animos
trepadeiros sentidos
raízes por arrancar
de versos consentidos
em toda alma mar

sentada sobre o abismo imenso
nada temo ou me dá medo
cresço e sinto como pertenço
a este dócil segredo
esta escrita paixão
o poema intenso
a ilusão

são versos inquietações do tempo
sobre o abismo de tantos sentires
uma guerra fria entre sentimento
e pensamento das vontades de partires
os dias que partilhados de horas debruçadas
sobre este nada tão cheio de palavras
as mesmas que me ficam por dentro embrulhadas
com a alegria o riso o choro e as mágoas
e o feitiço deste alento querer
do poema que não se lê
a poesia sente-se
vive-se por prazer
só não a sente
quem não a vê
certo mente
...
musa