Procuro

Procuro um silêncio de refúgio profundo
Do parar no tempo envolvido na escuridão
Onde mais nada exista, mova ou declama
Quero entrar na zona onde a alma escondo
Na gruta onde encontro tudo menos multidão
Uma zona onde não se ilumina com a chama
Dá-me o descanso dum silêncio sem mando
Onde verdades mesclam com imoral da ilusão
Fujo de mim próprio se algo tenta e chama
Escondo-me na soleira com poesia rondo
Olho para dentro e apenas enxergo a escuridão
Procuro bem dentro mas nem som de quem clama
E tento olhar para dentro deste novo mundo
Tentar apenas para ver um coração
Sentir vida com o vibrar de uma alma
Mas apenas dentre a louca ironia escondo
Uma verdade insana no limite da escuridão
Vejo que nesta gruta está meu ser de alabama
Quando a verdade é imensa de grande estrondo
Procuro no silêncio e vejo o perdido coração
Que lágrimas de fel e sal derrama
E não mais posso nem quero nem escondo
Que a gruta em verdade habita a solidão
É apenas este meu interior que almeja a chama
Da vida perdida na distância de terra dos bundos
Procurando de novo vida nesta imensidão
Duma distancia que me alimenta a chama
Da candeia que tento iluminar o rotundo
Sinto que me aperta neste silêncio da escuridão
Como se aprisionada fosse a alma
Que na loucura dia após dia vai caindo
E mais clamo pela quebra dos elos da escravidão
Pois da vida ainda quero acesa de calor a chama.

Segunda-feira, 23 de Agosto de 2010