Quando a dor é insuportável…

Conheci-te num curto espaço de tempo.
Mas um tempo intenso, carregado de emoções e sentimentos.
Admirava aqueles teus lindos olhos verdes, mas que acusavam uma enormidade de desilusões.
Não esquecerei aquelas palavras que proferiste naquele triste dia: “Se precisares estou aqui”. E de facto, estiveste. Estiveste algum tempo.
Durante o tempo que estivemos juntas, sentia que tentavas caminhar na linha da vida, mas à beira do despenhadeiro da morte.
Tentava, a todo custo, dar-te algum conforto, algumas palavras de coragem.
Mas, apesar de me ouvires, para ti, já nada fazia sentido.
O sol há muito que tinha arrefecido, os dias já tinham há muito escurecido para ti.
Mesmo assim, continuavas ali, a tentar encontrar uma saída para aquela dor insuportável. Uma luz que iluminasse aquele esconderijo, em que te refugiavas a todo o custo.
Numa noite, sem que nada o fizesse prever, o vazio apoderou-se de ti, sentiste as tuas forças desfalecerem, e sabias que o dia seguinte, seria só mais um dia de angústia.
Então naquela madrugada de lágrimas, enviaste a todos os teus mais queridos a mesma mensagem: “Gosto muito de Ti”.
E assim, silenciosamente… deixaste-te adormecer. Adormeceste para sempre…
Não tive oportunidade de te responder aquela mensagem. Tenho-a agora: “Márcia, também gosto muito de ti”.