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Refém do vício.

Num tasco numa localidade na beira interior
um velho homem goza a folga do seu labor
sentado no banco olha os quadros da parede
enquanto segura o vinho que lhe mata a sede
trémulo devido à avançada idade que pesa
adora ir ver o mar quando a maré vaza
pele enrugada com marcas da guerra colonial
de histórias sombrias contem um manancial...

Vou passar a contar uma delas
....


Passou-se à 30 anos, volvidos a todo o vapor
ainda sente os danos bem marcados no seu amor
era ele um jovem pujante e cheio de sonhos e ilusões
idealizava um mundo só sem nenhum tipo de divisões
mas uma paixoneta traiçoeira toldou-lhe a imaginação
um diabo em corpo de mulher tirou-o da sua nação
prometeu mundos e fundos em pesadelos profundos
levou-o a provar o sabor dos pisos mais imundos
desde a diabólica acessão das drogas ao jogo
foram anos neste calvário de ver a alma a ferro e fogo
a certa altura este nobre homem era um vulto
caminha titubeante para a porta do sepulcro
a mulher-diabo abandonou-o nas ruas e vielas
sentado, descrente e sujo, agonizava à luz das velas
o sangue corria gélido nas veias deste corpo
exalava dos seus poros um súbito aroma a morto...


Depois de meses a fio nas ruas cinzentas e doentias
....


Apanhou um comboio dos trocos que apanhou em carteiras perdidas
atravessou pontes, montanhas metrópoles, com informações distorcidas
finalmente chegou ao seu doce lar mas nada é igual ou semelhante
mas passado dois ou três entrou para talhante
trocos eram precisos para orientar uma casa razoável
para ter uma vivência mais ou menos agradável
e assim andou durante mais 10 anos nesta sua cidade
amarguras assombram-lhe a alma que lembra a sua mocidade
mas ...

O vinho foi o seu maior obstáculo
que o cercou e aprisionou no seu habitáculo
litros e litros de de veneno no seu organismo
diversas curas ainda acicataram mais o seu alcoolismo
a sua garganta é um passadiço para verde e tinto
sangria, rum, bagaço, da mais rasca cerveja e absinto


actualidade
....

É um mártir da crueldade do destino
da ceifa maluca com um arbítrio libertino
que amputa a esperança a espíritos mundanos
inconsciente e sem sequer pensar nos danos
a sua mente é um circo de deambulações
de anões malvados e sopranos sem pulmões
de vultos, fantasmas, múmias e demónios
disfarçados de ratos, plantas ou campónios
na prisão que conserva na sua alma
de tanto beber já sangra a palma

com este destroço humano me vou
nas asas do meu dragão eu voo
até um dia meus caros leitores
sejam felizes nas derrotas e amores
um beijo fofo e muitas dores! 

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quarta-feira, maio 18, 2011 - 03:36

Poesia :

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Famaz

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