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retrocessos suicidas
rodei a porta de chave
rangido por cumplicidade
encaixilhei vidros
de vedadas dinâmicas
e
tranquei-me no estanque
emoldurei-me ao arco-íris
cinzento
da nébula opiácea
flutuado
e da cinza que jazia
envolvido
banhei-me do corpo despido
afogado no desconceito
e
da ténue permanência em catapulta
densidade
elixir de colapso temporal
da inutilidade diária
branco escuro
com futilidade noctívaga
negro claro
e
a palidez complacente de cernes
tingia-se na incrustação
o lençol do extenuado
do horizonte entalhado
confundi-me no espelho
fui liso rachado
mas
arredondei-me
à dimensão terceira
e quarta divisão
de quarto
das fumadas cinzas
se germinavam plantas
com perpetuação do desciclo
asfixiei-me dos instantes
e dos seguintes
da mão que se masturbava
presa ao pescoço
gemi ao prazer do doloroso
dissolvido de esperma
insolúvel
triangulação no paralelo
e
contorci-me no transversal
extasiado
arrepiado de carbonos
que penetravam
de crivagem às vísceras
inalei húmidos do escorrido
entreguei-me à vagarosa alcatifa
de viajem ao caixilho
e
da nudez da janela
estilhacei-me bramido
era um disforme vermelho
cimentado no profundo
que se integrou
desgravitou
precipitou à abertura
e
de me subir aos pés
os lambidos de sôfrego tormento
e do implorado
não mais retrocesso
sabia-lhe eternidades do ser
sorri
ao suicídio desfeito
mas porque queria rasgos
do laivo
no sempre após sempre
e da lágrima borratada
e do prazer de morte
porque medo
vivifica-se
e
dos sorvidos sofrimentos
saciada escravidão
entre riso que eriçava
libertado do jugo
o estilhaçado ao mesmo
no instante da potência
à mancha cimentada
renovaria os retrocessos
sempre
pelo sempre
© Bruno Miguel Resende
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Poesia :
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- 474 leituras
Comentários
Re: retrocessos suicidas
Que loucura ler-te :-)
Gosto...mto
Abraço
Re: retrocessos suicidas
Obrigado pelo comentário jopeman, que as leituras sejam a loucura onírica do excesso do banal.
Abraço.
Re: retrocessos suicidas
BMResende!
retrocessos suicidas
Re: retrocessos suicidas
Obrigado pelo comentário MarneDulinski.