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Reverberações
Estava a falar às amizades sobre valores carregados pela vida...
- Tenha postura condizente com tua conduta! - dizia eu, conduzindo meu corpo em direção ao outro corpo
- Boa fala - eu dizia - coloca-te à retidão!
Compreendido? Não sei dizer mas, correndo os olhos na falta do tato, toquei-me no peso leve do ar
Eu vi em mim que o que eu julgo entender é pouco compreendido por quem busca conhecer-me
Eu digo: - Não sou disso. Sexo a satisfazer instintos primários. Não sou disso... Prefiro jogar meu truco sem parceria. Não sou disso... Prefiro usar-me nas linhas vivas. Não sou... Gosto do cheiro imaginado. Gosto do beijo enviado numa nave sem comandos. Prefiro ver aquele teu sorriso guardado ao primeiro encontro...
Falava dos valores como sendo a disposição de torná-los inegociáveis
Por mim eu não prostituo este corpo ainda jovem, envelhecido pela mania de velhice. Por mim eu não entrego a ti as chaves da minha morada. Por mim eu durmo só neste corpo a noite. Por mim eu crio ilusões sobre aquele amor de contos de fada e descarto a princesa que antes fora Bela Adomercida
Falava sobre o que penso incorporar a ignorância humana
Girava os vértices, fazia cálculos, quase tornei-me o sumo sacerdote da hipocrisia. Quase embandeirei a justíssima justiça e cravei o mastro na entrada do que construi nestes anos de certezas inalcançadas. Quase empunhei as rosas presentes nos vales para mostrar quem eu sou. Quase mas, eu não sou ninguém a este mundo. A certeza que venho a compartilhar com meus amigos diz muito sobre si: sou devidamente igualado nos planos fora da lógica da vida; recebo de graça a possibilidade de plantar os pés a atestar um novo milagre; tenho mas, não tenho para mim o poder de decisão sobre para que lado ir; vou-me para onde houver de ir; vou-me para a vida ou para morte e não irei mais por mim; vou-me para onde DEUS mandar eu ir...
Falava sobre as dores...
Falta lá, logo depois daqui, falta aqui...
Aquele meu sorriso de prazer sobre a cama poderá faltar. Aquelas juras de adolescentes passou da falta. Aquele namoro no portão de casa parece romance criado pelos olhos de um machucado pela inexistência do fato no portão da casa onde este mesmo amigo mora.. Aquelas festas, aquelas músicas, aquelas pessoas... Parece que tudo falta...
Falava do mundo...
O luto da Sexta-feira... No mundo há pessoas que morrem sem conhecer a luz eterna. O luto provocado pela morte de Cristo não há de ser em vão pois, o anuncio das boas novas é dado: Ele vive!
Continuo a falar às amizades:
-Durma... Descanse para que a tua retomada prossiga por um caminho seguro - continuo a dizer sobre os valores carregados pela vida... Estes, pessoa amiga, são INEGOCIÁVEIS!
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descançará." (Salmo 91:1).
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Comentários
Re: Reverberações
Bem escrito e inspirado, gostei da reflexão sobre os valores da amizade!!!
:-)
Re: Reverberações
E de repente estava eu, no meio do teu dialogo, a pensar nos valores, nas condutas, nos princípios, q nos fazem fieis, melhores ou piores.... Reflectindo contigo sobe o preço da ignorância humana e quem a paga em sangue e carne... Da carne como aconchego de outra carne, sem tocar a alma, da alma que só se aconchega em carne, da alma q só se aconchega em alma... Dos namoros q eram para durar a vida toda e só duraram um verão qualquer da nossa adolescência, dos suspiros dados de corações ao alto, qd a vida nos parecia tão jovem e tínhamos tanta pressa...
E senti-me revigorada nesta reflexão, neste dialogo, nesta viagem!
Beijinho em ti Robson!
Inês