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Roleta
Giro revolto e desamparado
Num turbilhão de escolhas impossíveis
Galgando de espinho em espinho
Entre o negro e o sanguinário
Como falhar tanto tormento
Se ele se estende como raízes
Sob o meu esférico respiro
Incapaz de dirigir o seu rabear
Olho ao centro a Alma deste rodopio
E clamo para que Ela abrande este sufoco
Exasperando com a Sua aparente quietude
Que jaz crucificada aos quatro ventos
Em meu redor apenas uma esperança
Um número mágico onde ocasionalmente roço
Entre tumores e feridas abertas
Um oásis numa torradeira a céu aberto
Não sei como dirigir o acaso e o fortuito
Seguindo de cova em cova ao sabor da apatia
E quando este balanço já ameaça cessar
Esventra-se o meu ser de receio e terror
Na meta, já sem força e sem impulso
Tento saltar para o abismo vizinho
Um derradeiro esforço de salvação
E acabo deitado aqui…é o fim do jogo
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Poesia :
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Comentários
Re: Roleta
"Em meu redor apenas uma esperança
Um número mágico onde ocasionalmente roço
Entre tumores e feridas abertas
Um oásis numa torradeira a céu aberto"
profundo...
gostei muito
beijoca
:-)
Re: Roleta
Achei que descreves a vida como uma roleta e em jogos de azar temos um problema a mesa sempre ganha," o sabor da apatia" te leva a roleta em "esforço de salvação"
Muito bem consegido, gostei muito, mas ainda temos o velho problema, a mesa sempre ganha.
Parabens.
Re: Roleta
"Não sei como dirigir o acaso e o fortuito
Seguindo de cova em cova ao sabor da apatia
E quando este balanço já ameaça cessar
Esventra-se o meu ser de receio e terror"
Como ao volante, é possível dominar a vida!
É necessário acelerar e travar, meter mudanças, travar.
Por vezes perde-se a aderência e a brusca vontade de domínio, pode deitar tudo a perder.
Muito bem conseguido.
Abraço
Re: Roleta
Em meu redor apenas uma esperança
Um número mágico onde ocasionalmente roço
Senti tristeza e desamparo no seu poema, João! Nem parece que este sorriso aberto tem atrás de si um coração que se sente desamparado. Muito bonito, mas triste!!!beijos
Giro revolto e desamparado
Num turbilhão de escolhas impossíveis
Re: Roleta
Que poema forte e triste, sofri enquanto li imaginando a luta descrita.
E gostei milhões
bjs
Re: Roleta
"Giro revolto e desamparado
Num turbilhão de escolhas impossíveis
Galgando de espinho em espinho
Entre o negro e o sanguinário"
Me senti no plantão da emergência assoberbada de trabalho, girando em desatino pelos males alheios, onde só o fim das horas me vem em auxilio, e a necessidade de sobreviver me empurra, onde busco poesia e só acho dor e loucura...isso a poesia tem de mágico e senti isso com esta, pelo ritmo da palavras entramos em transe com as emoções do poeta, muitas vezes sem entender o sentido pessoal... cada vez gosto mais de te ler...
Re: Roleta
"Olho ao centro a Alma deste rodopio
E clamo para que Ela abrande este sufoco
Exasperando com a Sua aparente quietude
Que jaz crucificada aos quatro ventos"
gostei imenso
um abraço
Re: Roleta
Olá,
Uma boa perspectiva de ver "o jogo" da alma...
Muito bem conseguido...
beijo
breizh