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Rotina barulhenta
O telefone toca,
a brisa gela,
a água molha
e o homem reza.
A chuva cai,
o telhado faz ruídos,
E então a vista embaça:
Há lugares destruídos.
Gritos de crianças.
A vela se apagou.
Olho a rua da janela
e a chuva forte então parou.
E carros e bicicletas
começam a embaralhar
seus barulhos barulhentos
A rua vão embarulhar.
Sofrem todos sofrimentos,
Vista barulhos no ar.
Fazem todos movimentos,
Fazem todos articular.
Sem choro, sem chorar.
Sem pensamentos, sem pensar.
Sem palavras, sem falar,
Vão a todos embarulhar.
O telefone toca,
a brisa gela,
a água molha,
e o homem reza.
DAYARA CARDOSO - 28/02/2004
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Poesia :
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Comentários
Rotina barulhenta
Lindo, mas este é o nosso cotidiano, que vamos fazer?
Marne
Pois é...
Fiz este poema pensando em meu pai, ele tem trauma de chuvas fortes, pois quando era pequeno uma chuva com muito vento destelhou a casa onde ele morava, que naquela época não tinha nem forro, e ele e os irmãos ficaram embaixo da mesa da cozinha, que era de madeira maciça, e por isso não foi levada pela tormenta.
Até hoje ele fica com os dedos no ouvido e encolhido deitado na cama, até passar a chuva, e então pensei em colocar em palavras o que deve ser para ele toda vez que chove...
Muito obrigada pelo comentário! :)