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A saudade mata, mas nunca morre

É absurdo, mas inevitavelmente real, como é a morte nos leva ao arrependimento da nossa postura durante a vida partilhada.
Só quando a pessoa já não está cá para se aperceber da diferença, é que a vontade de mudar algo aparece e se torna o nosso principal objectivo.
Podia ter demonstrado mais carinho, mais atenção, mais paciência.
Mas era nova demais para ser tudo aquilo que hoje desejo ter sido. Nova demais para entender que a vida é demasiado curta para se adiar para o meio-dia e um segundo, o que só pode ser feito quando o sol atinge o ponto máximo do céu.
A doença é como uma corda que nos ata os tornozelos. Faz-nos parar no tempo e abrir os olhos para o chão que nos pode rasgar as mãos.
Podemos tentar negar confiantemente, mas por mais que tentemos recuperar o tempo perdido, nunca é suficiente.
Os beijos que ela me pedia todos os Domingos quando a ia visitar e aos quais respondia com cara feia por ter de os dar, foi das atitudes mais estúpidas que alguma vez podia ter feito.
Mas, quando ela já não os pedia, a necessidade de os dar era cada vez maior e essa possibilidade ia desaparecendo com o tempo.
A vontade de ouvir o meu nome quando lhe perguntava se me reconhecia tornou-se o núcleo da minha vida, e o meu único desejo era permanecer para sempre no seu coração.
Fico tranquila com a ideia de que pelo menos isso aconteceu. Existem poucas coisas que me dão tantas certezas como o facto de ela me relembrar para sempre.
Também ela está presente no meu dia-a-dia, e isso nunca irá mudar.
Não existe ninguém que a possa substituir, ninguém que a possa igualar, ninguém que possa ser tão especial como ela é para mim.
Por mais forte que tente ser, o nome dela derrama saudade nos meus olhos e a vontade de a beijar de novo aumenta de dia para dia, tal como a mágoa de saber que isso é impossível e não há nada que possa modificar esta maldita lei da Natureza.
Gostava de poder alterar muita coisa, mas o que mais queria era recuar no tempo, e iniciar a minha vida de criança, para dar atenção à pessoa que mais me mata por dentro.

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quarta-feira, junho 18, 2008 - 10:52

Poesia :

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Emily

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Comentários

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Re: A saudade mata, mas nunca morre

Um poema escrito com alma!

:-)

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Re: A saudade mata, mas nunca morre

recuar no tempo...quem nao gostaria.
partilho o teu sentimento, de uma forma absurdamente sentida.
bjinho

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