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Senil solidão.
Sentiremos saudade quando nos faltar
O que hoje parece supérfluo,
E sentiremos alívio quando nos faltar algo
Que pensávamos ser importante.
Sentiremos medo quando nos faltar
Quem hoje nos acalanta.
Sentiremos melancolia
Quando lembrarmos
Que há tempos atrás já éramos velhos,
Mas ainda éramos crianças.
Sentiremos falta dos nossos sentidos.
Quando não mais ouvirmos
Sentiremos falta da música,
E quando não mais andarmos
Sentiremos falta da dança.
Quando nos silenciarmos de vez
Sentiremos falta dos gritos
Que dávamos para aliviar a tensão.
E quando por fim, nos faltar a razão,
E chegar a hora da senil solidão,
Não sentiremos falta de mais nada,
Pois todas as lembranças serão apagadas
E todos os sentimentos
Serão extintos do coração.
Eis uma crítica reflexiva do processo "evolutivo" do homem de nascer, crescer, envelhecer, ficar caduco e esquecer tudo que viveu, e por fim morrer.
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Poesia :
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Comentários
Re: Senil solidão.
Criativo e inspirado, um bom poema bem meditado!!!
:-)
Re: Senil solidão.
Bruno,
Tens uma sabedoria em expressar a vida, neste poema andamos pelo início, meio e fim de todos nós.
Somos crianças, crescemos e voltamos ao estado de criança.
Belo, muito belo e verdadeiro.
Abraço
Cecilia Iacona
Re: Senil solidão.
Olá caro poeta
Quase chorei lendo seu poema...
Tão real está impresso aqui
e em muitos corações que hoje
sorriem e amanhã já não lembrarão
Excelente poema...Parabéns
Beijinhos no coração