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SER CRIANÇA

SER CRIANÇA

 

Como eu gostaria de ser criança para sempre,

Manter a inocência delicada que se sente.

Ter os olhos de candura, da cor da madrugada,

Dormir no colo da minha mãe que me acariciava.

Ter o ralhar do meu pai, por fora de horas brincar,

Ter só para mim o olhar encantador do mar.

Querer no coração ter a alegria de ser pequenino,

Sentir o centro das atenções de menino.

Como eu gostaria ainda de ser uma criança!...

Sentir no meu coração a alma cheia de esperança,

Viver cheio de ilusões e correr atrás dos ninhos,

Agarrar ainda na minha mão os passarinhos.

Fazer maldades e chorar por um brinquedo,

Sentir dentro de mim o escuro do meu medo.

Jogar o meu pião e correr de bicicleta,

Sentir sempre na mente a vontade de chegar à meta.

Como eu gostaria ainda de ser criança,

Ter vontade de correr para o futuro como uma lança.

Gostar de ouvir o chamar da minha mãe para ralhar,

Por rasgar os meus calções e os sujar.

Subir aos pinheiros e apanhar as suas pinhas,

E  ainda andar a comer uvas que não eram minhas.

No verão ficar todo nu e abraçar o mar!

E depois na areia quente do Sol me embrulhar.

Como eu gostaria ainda de ser criança.

Mas, não sentir a grande fome na sua pujança.

Agora  por que já sou grande e bem vivido

Tenho saudades do ser criança ter morrido.

2006-Estêvão

 

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quinta-feira, julho 26, 2012 - 09:08

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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Comentários

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Poema

Amigo Adolfo
Levar a vida a sério custa muito e por isso o tempo de ser criança que nunca mais volta, apenas ficamos com as saudades. Sermos velhos é o preço de estarmios vivos.
Um abraço
Estêvão

imagem de Adolfo

Saudades da inocência quem

Saudades da inocência quem sem que percebamos, ou raro percebendo, deixamos morrer...

Um abraço e uma boa noite!

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