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Soneto sem fé
Esfuma-se a fé na ribalta dos sonhos
Na película seda das nuas folhagens
Há um verde em meus olhos tristonhos
Cristal humedecido, sombra de ramagens
Pluviam-se rios de lágrimas contrafeitas
Arrastam-se dores no leito dos tempos
Almas aturdidas, esperanças desfeitas
Música que oiço sempre a contratempo
Há um limbo emergente, feito de nada
Sírios sem padroeira, ateus de memória
Um devir ausente pela madrugada
Roçando a apatia, entregue à sorte
Resta agora a vida que se vê lá fora
É noiva de luto, boda sem consorte
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
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Poesia :
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Comentários
Re: Soneto sem fé
Lindo soneto.
Destaco:
"Roçando a apatia, entregue à sorte
Resta agora a vida que se vê lá fora
É noiva de luto, boda sem consorte"
Parabens!!!
Re: Soneto sem fé
Há um limbo emergente, feito de nada
Sírios sem padroeira, ateus de memória
Um devir ausente pela madrugada...
Uma beleza de imagens à sorte no verde dos olhos aqui traduzidos de forma sublime!!!
:-)
Re: Soneto sem fé
Nanda,
Que beleza de soneto!
Profundo, bem conseguido com um final grandioso.
Um beijo grande,
Lila.
Re: Soneto sem fé
Lindo, amei lê-lo.
Sonoro, rico povoado por um sentido pulsante!!!
Beijos, muito bom de ler.
Favoritos nele!!!
Re: Soneto sem fé
Olá querida amiga
O assunto é triste, mas a Fé precisa
permanecer em nossos corações, por
mais que doa ...Creio que é chegada
a hora de separar o joio do trigo
da igreja...Gostei muito do soneto
Beijinhos no coração