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Soterrados
Lá estão estendidos pelo chão
Misturados a lama
Os que puderam ser encontrados
Foram levados pelo desmoronamento
Quando dormiam
A chuva desce pelos morros
De quem é a culpa por morar nos barrancos?
Soterrados todas as vezes Início de ano
Época de chuvas
Entra ano e sai ano e as notícias são as mesmas
Nada muda em um mundo caótico como o nosso
E o pobre sem ter onde morar
Faz o seu barraco no barranco
Uma tragédia anunciada.
Não tem políticas públicas
Para amenizar a dor de quem não tem outro lugar
Agora a dor dos que perderam o pouco que tinham
E a tristeza pelos que se foram na tragédia.
Até quando isso terá que ser assim?
Em meio a lama Jaz a vida e a morte
Tristeza e dor para os que ficam
Sem ter esperança de poder sair do morro.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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