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Sozinho pelas nuvens da solidão
Eu até pensei que pudesse sorrir
E cheguei a afirmar que não tinha medo
Doce ilusão
De um coração tão perdido
Na linha imaginária do tempo que se foi.
Perdido em pensamentos
Deixou escapar a borboleta de sua mão
Mas, isso foi bom
Afinal, borboletas não devem ficar presas
Elas precisam voar livremente.
Isso é um consolo para a alma ferida
E até me faz ter um alívio momentâneo.
Eu só queria esquecer tudo isso
Seguir em frente sem pensar no que passou
Mas, isso é quase impossível de acontecer
Porque onde quer que olho vejo você.
Bem que eu poderia ter previsto essa solidão
Haviam sinais por onde eu caminhava
Mas eu não ligava para os sinais
E nem dava ouvidos a voz do coração
No fundo eu queria viver sozinho pelo mundo
Sem depender de atenção de quem quer que fosse.
A vida é misteriosa
E não sabemos nada do que pode nos acontecer
Nem imaginamos o pesadelo da noite escura
E os monstros escondidos debaixo da cama.
Tolo sou eu em não ouvir sua voz
E achar que meu caminho quem fazia era eu mesmo
Ah! Se soubesse metade do que sei hoje
Eu teria ficado ao seu lado naquela tarde
Não teria dado os passos em falso
E contentar-me-ia em contemplar os seus olhos apenas.
Onde você está agora?
Dentro do meu coração há um vazio
Uma dor que tortura o meu ser
Tolo fui eu em te perder
Sem saber que no final eu não iria esquecer
Tudo que um dia foi tão lindo em minha vida.
Resta-me olhar o crepúsculo dos sonhos
E caminhar sozinho pelas nuvens da solidão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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