Tarado de nascença e castrado pela sobrevivência

As horas passam,
Os grisalhos da noite começam a surgir.
Meus olhos como duas telas,
Relembram o passado e filma o presente,

Comparando como tudo mudou.
Brota o medo e me rasga o desejo,
Enquanto num súbito sou surrupiado pela carência.
E o medo de ser só amigo,
Ou filho, ou fruto de convivência;
Porque não dizer normal.

Ai o nu,
Seria uma novela em reprise.
E o sexo?
Uma curiosidade desnecessária.
Como supérfluo de supermercado,
Que se prova , gosta ;
Mas não é necessário.

Não quero ser só filho,
Mas também amante.

Talvez porque sonhei demais ,
Agora estou assim.
Mas o passado não anunciava assim ,
E sim dois amantes sem local e sem porque.

Ok! Ok! Ok!
Mas se a árvore não gerasse um fruto?
Nem filho eu seria hoje,

“Ainda mais amante”.

O futuro é uma surpresa,
enquanto o passado...
não volta mas não morre.

E os sonhos
Seria uma bobagem sem valor????????????