Tempestade sobre mim...

Cai uma forte tempestade sobre mim…
Raios rompem do céu, rasgam meu desânimo…
Raios que aturdem… caem vezes sem fim…
Que me fazem cair também pelo cansaço extremo…

Olho em volta… assaltos de intempérie,
Vendavais que deixam rasto de desordem,
Forçam novos duelos em série,
Da serenidade me arrastam… como lanças me agridem…

Batalhas que não quero travar,
Assédios que não quero sentir,
Resoluções que não quero tomar,
Porque me adoecem… me enfraquecem… apetece-me fugir…

E no começo de mais novo dia,
Enfrento nova batalha de uma guerra que não é a minha…
Ensurdecem-me como granadas que rebentam aqui e ali, que me fazem cair em agonia
Guerra vã, sem principio nem fim que facilmente se detinha…

Queria deitar-me junto ao leito de um sereno rio,
Olhar tempos infinitos para o infinito céu… profundo suspiro.

Queria voar nas asas de um albatroz-errante,
Para que errante jamais me sentisse, perdida, distante…