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Um Momento

Em nome de tudo, em nome do meu amor,
dá-me um segundo da tua vida,
um qualquer, ínfimo que seja, eu aceito.
Que seja ele porém, uma cura para esta dor,
que tanto sangra, sangra, sangra em ferida,
nos confins últimos do meu peito.

Porque te evades tu, ave do meu paraíso?
De quem escapas célere? Do Amor? De mim?
Sou o ar que respiras, sou o teu alimento.
Dá-me a presença de que tanto preciso,
o olhar carinhoso que assente, que diga sim!
Dá-me um único e singular momento.

Que prazer haverá no desdém?
Quão fulminante será o ponto do esquecimento?
Serei agora, nada mais que uma memória?
Um baloiço posto em sossego, de tanto vai e vem?
Ou terei deixado raízes deste sentimento,
que tanto prazer deixou impune, tanta vida, tanta glória.

Não sei, não sei. Esvaneço-me nesta paixão.
Como fumo que sou, nem apareço nas imagens,
como nada que me tornei, nada para ti sou,
ainda que, meu amor, minha querida, meu coração,
em todos as estradas de todas as minhas viagens,
lá está tu, apontando-me o caminho para onde vou.

E para onde poderei ir eu, senão para ti?
Para ti e por ti tudo endereço, tudo faço.
Sou teu eterno e devotado amigo, parceiro e amante.
Sou agora o fruto de um erro que nem vi.
O ponto final deste eterno e dilacerante espaço,
que tanto nos separa, como nos une neste instante.
 

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terça-feira, fevereiro 22, 2011 - 16:39

Poesia :

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neomiro

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