CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Yumi do bordel

O vagão semi vazio,
leva apenas duas lágrimas
e os olhos de onde escorreram
e a alma de onde nasceram.
No espaço pouco do corpo frágil,
a dor balança como se açoitada fosse
e Yumi ignora se ainda vive.

As janelas embaçadas não podem esconder
as luzes vermelhas do bordel cambaleante.
Dentro, jovens putas sorriem para homens velhos
e não sonham, pois a Pedra de Brisa
é sonho negado.

Yumi, a das lágrimas e a das coxas abertas
e a do vagão semi vazio
e a da vida no bordel
entre os homens vermelhos de velhas luzes,
cambaleia por longas corredeiras e íngremes ladeiras
à frente do berro de cadela, de vaca amarela,
de lanterna chinesa banguela
de abat-jour de meia tigela
e de japa piranha rameira
sem eira, nem beira.

E no alto, um Pastor vocifera contra o mundo
e anuncia o fim de Satã,
o deus vivo dos homens ruins.
E ao Deus morto, dos homens bons
pede a desistência doutro Gênese,
pois faltarão gregos para tantas tragédias
e para secar as lágrimas de Yumi,
sentada no vagão semi vazio,
com as coxas abertas,
à espera dos velhos vermelhos
que chegam cambaleantes
do bordel em que nasceu o Pastor.

O mundo não é o tanto que se alardeia.
É só um quarto de parede e meia.

Produção e divulgação de Pat Tavares, lettré, l´art et la culture, assessora de Imprensa e de Comunicação Social. Rio de Janeiro, Primavera de 2014.

Submited by

quinta-feira, setembro 25, 2014 - 13:17

Poesia :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 8 anos 15 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Geral Precisa Precisão 3 1.735 05/15/2013 - 14:18 Português
Poesia/Geral Cracolândia 0 1.379 05/09/2013 - 11:35 Português
Poesia/Geral Espelho de Narciso 0 4.566 05/09/2013 - 11:28 Português
Poesia/Geral Protocolares 0 1.604 05/02/2013 - 16:24 Português
Poesia/Geral 21 de Brasil 0 2.612 04/21/2013 - 15:14 Português
Poesia/Fantasia Dédalo Cartáfilo 0 685 04/13/2013 - 12:44 Português
Poesia/Geral Arvore Seca 0 3.757 04/09/2013 - 10:53 Português
Poesia/Geral Cantos Findos 0 1.407 04/01/2013 - 11:01 Português
Poesia/Amor Soneto Lírico 0 1.093 03/30/2013 - 12:16 Português
Poesia/Geral 31 de Março 0 1.774 03/29/2013 - 13:33 Português
Poesia/Geral Realejo do Alentejo 0 781 03/24/2013 - 13:39 Português
Poesia/Geral Outono 0 1.619 03/21/2013 - 12:17 Português
Poesia/Amor O Rio e a Musa 0 2.522 03/19/2013 - 13:24 Português
Poesia/Geral A Terra Seca de Deus e do Diabo 0 2.280 03/17/2013 - 14:23 Português
Poesia/Amor Drama e Intensidade 0 1.836 03/14/2013 - 12:14 Português
Poesia/Geral Tempestade 0 509 03/13/2013 - 14:17 Português
Poesia/Geral Doces e Fartos 0 1.097 03/12/2013 - 14:46 Português
Poesia/Amor Onde 0 1.372 03/11/2013 - 12:16 Português
Poesia/Geral Teme-se 0 1.646 03/10/2013 - 12:44 Português
Poesia/Geral Estrela do Mar 0 1.191 03/08/2013 - 13:05 Português
Poesia/Canção Mãos Maduras 0 1.739 03/06/2013 - 11:21 Português
Poesia/Geral Concreto Bruto 0 2.302 03/03/2013 - 11:33 Português
Poesia/Geral Tanto Azul 0 1.350 02/27/2013 - 11:34 Português
Poesia/Geral Anunciação 0 2.215 02/26/2013 - 11:07 Português
Poesia/Geral Bordados de Bordel 0 1.058 02/25/2013 - 14:57 Português