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21 de Brasil
Sinto que as hordas dos homens do meio
seguram os meus versos e tentam calar meus desejos.
São os velhos censores da nova Ditadura em sua medíocre patrulha.
Buscam a nós outros, os tolos insanos que abriram a boceta de Pandora:
com a dúbia esperança de arautos da bonança.
Mas eles que urrem e vociferem as suas religiosas boçalidades,
pois eis que atravessarei os pântanos em que chafurdam
e como Zaratustra,do alto da Montanha, a todos conclamarei à liberdade
que salva os anjos dos obscurantismo desses novos tempos e céus.
Danem-se os anões de Liliput, pois eis que outros Gulliveres
ainda chegarão. Ainda nos redimirão.
E vós, Assumares Militares, ao pó voltareis
para que rastejem em sua moralidade burguesa.
Reviva, minha doce companheira, e refaçamos o bom combate.
Sejamos Tamoios a quem nada abate.
Revivamos cada vida perdida e cada utopia corrompida.
É tempo de reacreditar que a Mantiqueira de novo ruge
com a esperada coragem de quem sempre se insurge.
Percorramos os Santos Inconfidentes e vejamos o quão justa é a sedição.
O quão bela é a sedução que a todos levanta do rés do chão.
Somos brasileiros livres e libertos. E sonhamos despertos de peitos descobertos.
Enfrentemos esses novos felicianos dragões e expulsemos os fantasmas estrangeiros.
Caricatos demônios passageiros.
Que voem como aves de arribação. Como corvos que são.
E que saibam: aprendemos a dizer NÃO!
Para todos os caídos no combate da liberdade. Para Bete.
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