CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Óperas, guia para iniciantes - O BARBEIRO DE SEVILHA - Resenhas. Parte II
Nesse ínterim, chamados por Bartolo, adentra a cena um grupo de soldados para expulsar o oficial bêbado que insiste impertinentemente em se alojar na residência; mas, disfarçadamente, Almaviva apresenta a sua condição de nobre ao Comandante do pelotão que, por isso, relaxa a sua prisão.
Bartolo protesta, o Conde retruca e a soldadesca fala descompassadamente. Nesse clima “buffo” encerra-se o primeiro ato.
Ambientado no mesmo cenário, um sala no casarão do doutor Bartolo, o segundo ato inicia-se com ele aproveitando o silêncio e o vazio da sala para colo-car os seus pensamentos em ordem.
Após algumas conjecturas, compreende que a farsa do oficial bêbado tinha alguma relação com Rosina, mas antes que possa tomar alguma medida é sur-preendido com batidas à porta.
Ao atendê-la, depara-se com um jovem que se a-presenta como Professor de Música substituto que veio fazer às vezes de Don Basílio, acometido de grave enfermidade. Trata-se, claro, de nova inves-tida de Almaviva que usa esse novo disfarce em atenção à sugestão de Fígaro.
A princípio, Bartolo não lhe dá crédito, mas quando o jovem diz que acabou de lecionar para o Conde e como confirmação mostra uma carta que o mesmo teria recebido de uma moça (em verdade a carta é de Rosina), o velho tutor logo vê uma “prova” da volu-bilidade do “conde namorador” e prevê que a “comprovação da falha de caráter” de seu rival será utilíssima para o plano que ele e Don Basílio arquitetam para desmoralizá-lo, forçando-o a mu-dar-se de cidade e a desistir do casamento com Ro-sina.
Ávido em apossar-se daquela “prova”, o tutor nem questiona o falso professor sobre o fato de ele ter furtado a missiva. Alegre, recebe-o e tem início uma das cenas mais célebres do gênero operístico: a famosa “lição de música”, onde Rosina canta a ária da lição, Almaviva não lhe poupa elogios e galanteios, enquanto Bartolo canta e dança ridicu-lamente uma música que foi popular na época de sua juventude.
A jovem não tem dificuldades em reconhecer no falso mestre o seu amado Conde e ouve, envaideci-da, os elogios à sua voz e à sua beleza, enquanto o seu tutor continua com a sua hilária expansão de alegria.
Nesse momento chega à cena o barbeiro Fígaro para cuidar das barbas de Bartolo, mas ele o dispensa, pois ainda está envolvido em sua comemoração e disposto a atentar para tudo que acontecer no ensaio. Para lhe pressionar, Fígaro diz que se não for naquela hora, ele não poderá cuidar de sua apa-rência por longos dias em razão de seus muitos compromissos “só Deus sabe o quanto estou ocu-pado...”.
Sem alternativa e a contragosto, Bartolo cede e entrega ao barbeiro o molho de chaves para que ele retire no armário os apetrechos necessários. Justa-mente o que Fígaro queria, pois será a oportunidade de surrupiar a chave do balcão para que posterior-mente ele e o Conde tenham acesso a Rosina.
De volta ao salão ele inicia o barbear, mas espalha tanta espuma na face do tutor que lhe impede de ver que Almaviva e Rosina ultimam, junto ao cravo, os planos para fugirem nesse mesmo dia.
Porém, a situação fica tensa quando inesperada-mente Don Basílio surge em cena, vendendo saúde.
Novamente o espírito “buffo” da peça se mostra explícito quando todos o rodeiam e se mostram aterrorizados “por seu tétrico aspecto” e pela “horrível doença que o está consumindo”. Pasmo, Basílio aceita a sugestão e começa a sentir-se mal e não se faz de rogado ao aceitar o generoso suborno que o Conde lhe dá para que volte à sua casa e se recolha ao leito até recobrar a “saúde”.
Fígaro volta às barbas de Bartolo que em meio ao tumulto destampou as orelhas e com isso consegue ouvir as confidencias dos amantes. Indignado, ele se levanta e protesta vigorosamente, denunciando a todos – inclusive Fígaro – como pérfidos traidores. Já não lhe restam dúvidas da participação do bar-beiro nem da iminência da fuga de sua tutelada.
Todavia, as suas invectivas só causam risos e de-monstrações de desprezo nos outros, que saem jun-tos da sala.
No auge da irritação, ele chama pela ama Berta e lhe ordena extrema vigilância para que ninguém entre na casa durante a sua ausência. Em seguida sai para exigir que Don Basílio apresse os papeis e faça o seu casamento para aquela noite, custe o que custar.
Sozinha, Berta se põe a cantar uma melodia que ironiza a pressa em casar que assaltou o velho e moça, ainda que os motivos de ambos sejam total-mente diferentes.
Quando retorna, Bartolo mostra a Rosina a carta endereçada a Almaviva e ela, por desconhecer que Lindoro e o Conde são a mesma pessoa, julga-se vitima de uma traição. Magoada, decide abandonar o amado e desposar o velho tutor.
Nesse trecho a orquestra executa uma peça que sugere com maestria uma violenta tempestade no-turna, numa magnífica alusão aos tumultos que in-vadem a alma da jovem.
Quando a música termina, dois vultos assomam ao balcão: são Lindoro e Fígaro que vem executar o plano de fuga; porém, Rosina recusa-se a segui-los, ainda ressentida com a suposta traição. Apenas quando Almaviva esclarece a questão dos disfarces é que ela decide continuar a fuga. Fígaro os apressa, mas um novo empecilho surge quando a escada que os levaria do balcão ao solo é retirada por alguém, impedindo-lhes escapar.
Nesse momento chega o tabelião Don Basílio e como eles estão cientes de sua venalidade logo o cercam propondo-lhe, mediante alto suborno, que ele altere os nomes do noivo nos papeis de casa-mento. Novamente ele não titubeia em praticar o ilícito e as alterações são feitas.
Nisso chega Bartolo e já encontra o matrimônio sacramentado e oficializado. Tomado de ira, num primeiro momento quase sofre um colapso. Porém, com o correr dos minutos e graças às ponderações que os outros lhe fazem acerca da fortuna do Conde e do quanto isso pode lhe ser benéfico, ele se acalma e se junta aos demais nas comemorações jubilosas que encerram o espetáculo.
Nota do Autor* - Cavatina - ária curta, sem repe-tição nem segunda parte.
Nota do Autor** – “Largo Al Factótum” ou “Abra Caminho para o Factótum” é uma ária que se tor-nou um ícone de popularidade no meio operístico. O termo “Factótum” vem do latim e significa um “servente geral” ou, literalmente, um “faz tudo”.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1255 leituras
other contents of fabiovillela
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | Tua | 2 | 990 | 11/10/2009 - 01:38 | Português | |
Poesia/Amor | Amor na Maturidade | 5 | 1.678 | 11/09/2009 - 04:56 | Português | |
Poesia/Amor | Ausente | 3 | 1.310 | 11/08/2009 - 22:49 | Português | |
Poesia/Amor | Chuva | 3 | 967 | 11/06/2009 - 23:58 | Português | |
Poesia/Soneto | A Autora | 3 | 1.822 | 11/05/2009 - 01:31 | Português | |
Poesia/Soneto | Lilian | 3 | 1.677 | 11/04/2009 - 13:44 | Português | |
Poesia/Tristeza | Dia dos Finados | 2 | 1.158 | 11/03/2009 - 03:24 | Português | |
Poesia/Dedicado | Poetas do Amapá | 3 | 1.023 | 11/02/2009 - 05:32 | Português | |
Poesia/Geral | Manhã de Domingo | 2 | 668 | 11/02/2009 - 04:41 | Português | |
Poesia/Amor | Fotografia | 3 | 842 | 11/01/2009 - 02:07 | Português | |
Poesia/Soneto | Pecado | 3 | 1.250 | 10/31/2009 - 04:01 | Português | |
Poesia/Geral | Lógica | 2 | 1.014 | 10/29/2009 - 20:59 | Português | |
Poesia/Tristeza | E pensar | 2 | 943 | 10/26/2009 - 00:09 | Português | |
Poesia/Soneto | Princesa Anastasia | 2 | 1.326 | 10/24/2009 - 03:48 | Português | |
Prosas/Outros | ARISTOTELISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético | 1 | 1.139 | 10/19/2009 - 04:22 | Português | |
Prosas/Outros | ASCETISMO - Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético | 1 | 1.836 | 10/18/2009 - 23:00 | Português | |
Poesia/Geral | Fado | 2 | 1.151 | 10/17/2009 - 02:36 | Português | |
Poesia/Geral | Relativo Absoluto | 1 | 1.219 | 10/15/2009 - 18:32 | Português | |
Poesia/Soneto | Noêmia e Agmon | 2 | 1.059 | 10/14/2009 - 19:03 | Português | |
Poesia/Geral | Maiakóvski | 3 | 1.405 | 10/10/2009 - 16:11 | Português | |
Poesia/Geral | Noites | 4 | 1.505 | 10/07/2009 - 19:30 | Português | |
Poesia/Dedicado | O Menino | 2 | 831 | 10/05/2009 - 20:20 | Português | |
Poesia/Tristeza | Frio | 2 | 832 | 10/03/2009 - 15:21 | Português | |
Poesia/Tristeza | O menino e o berimbau | 2 | 983 | 09/29/2009 - 16:28 | Português | |
Poesia/Geral | Dúvidas | 1 | 664 | 09/27/2009 - 23:40 | Português |
Add comment