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Óperas, guia para iniciantes - Parte IX - Quadro Sinótico e breve Glossário
Séria – o estilo formal, solene, complexo; contrário ao da Ópera Buffa. Predominou do século XVI ao XVIII, tratando dos grandes temas mitológicos em, no mínimo, três atos, onde se sucedem fortes emoções advindas de tragédias, guerras, mortes etc. As principais óperas desse estilo são: Otello e Traviata de Verdi; Turandot e Madame Butterfly de Puccini; Ana Bolena de Donizetti e Idomeno de Mozart.
Buffa – é o estilo oposto ao da Ópera Séria, com personagens cômicos, baseados em figuras do cotidiano. São histórias complexas, recheadas de disfarces, intrigas, finais surpreendentes, falsas identidades etc. As mais conhecidas desse estilo são: Cosi Fan Tutte de Mozart; O Barbeiro de Sevilha de Rossini e La Hija Del Regimento de Donizetti.
Comique – esse estilo não deve ser confundido com o da Ópera Buffa, embora a nomenclatura possa sugerir alguma semelhança. Como acontece na Operetta, o seu dialogo é falado e os temas de que trata são leves, superficiais. As obras que mais se destacaram nesse estilo foram: Carmen de Bizet; Fidélio de Beethoven e Fausto de Gonoud.
Bel Canto – Esse estilo teve início em meados do século XIX e se caracteriza pelo virtuosismo das vocalizações de um (a) solista. Sua história é expressa pelo Canto, com valorização da melodia. Nesse estilo estão algumas das personagens mais complexas do universo operístico como, por exemplo, Norma, de Bellini e Lucia de Lammermoor, de Donizetti. Durante algum tempo o Bel Canto sofreu com o ostracismo, mas nos anos de 1950 a 1980 foi resgatado por grandes interpretes como Maria Callas, Joan Sutherland, Montserrat Caballé etc.
Grand Ópera – O estilo que demanda uma superprodução no campo cênico e no da música. Apresenta grandes temas épicos, históricos em mais de quatro atos, com o uso regular de grandes Corais e Balés e de Sinfônicas completas. É um espetáculo suntuoso, sem diálogos falados, mas com grande poder de deslumbramento. Destacam-se nesse estilo: Sóror Angélica de Puccini e Cavalaria Rusticana de Mascagni.
Operetta – Pequena Ópera onde se inclui o diálogo falado em lugar dos “Recitativos”. Também é conhecida como “Ópera Ligeira”.
As obras inaugurais:
Dafne, de Jacopo Peri (1561-1633 – Itália) e Ottavio Rinuccini, Libretto (1562-1621 – Itália).
Eurídice, idem. Em meados de 1600, século XVII.
Orfeu, Monteverdi (Claudio – 1567-1643 –Itália), da qual se originaram as diretrizes para a Ópera futura.
L´incoronazione de Poppea (1642) – idem da qual surgiu o prenúncio do “Bel Canto” e a valorização da Ária e dos cantores. A partir dela estabeleceu-se o nome “Ópera” para designar essa manifestação cultural.
Orfeu e Eurídice, de Gluck (Christoph Willibald – 1714-1787 – Áustria) que foi o reformador do gênero e o criador do modelo ainda em vigência.
As óperas mais populares* e os seus compositores:
Aída, Verdi (Giuseppe Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
Ana Bolena, Donizetti (Gaetano – 1797-1848 – Itália)
Barbeiro de Sevilha, Rossini (Giochino Antonio – 1792-1868 – Itália)
Carmen, Georges Bizet (Alexandre Cesar Leopold – 1838-1875 – França)
Cavalaria Rusticana, Mascagni (Pietro – 1863-1945 – Itália)
Cosi Fan Tutte, Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
El Anillo, Wagner (Wilhelm Richard – 1813-1883 – Alemanha)
El Rapto Del Serralho, Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
Falstaff, Verdi (Giuseppe Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
Fausto, Gounod (Charles – 1818-1893 – França)
Fidélio, Beethoven (Ludwig Von – 1770-1827 – Alemanha)
Idomeneo, Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
La Boheme, Puccini (Giacomo – 1858-1924 – Itália)
La Flauta Mágica, Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
La Hija Del Regimento, Donizetti (Gaetano – 1797-1848 – Itália)
Las Bodas de Fígaro, Mozart (Wolfgang Amadeus – 1756-1791 – Áustria)
Madame Butterfly, Puccini (Giacomo – 1858-1924 – Itália)
Otelo, Verdi (Giuseppe Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
Sóror Angélica, Puccini (Giacomo – 1858-1924 – Itália)
Tosca, Puccini (Giacomo – 1858-1924 – Itália)
Traviata, Verdi (Giuseppe Fortunino Francesco – 1813-1901 – Itália)
Turandot, Puccini (Giacomo – 1858-1924 – Itália)
A classificação dos Cantores e Cantoras:
Homens Mulheres
Baixo Contralto
Baixo barítono (baixo cantor) Mezzo Soprano
Barítono Soprano
Tenor
Contra tenor
Glossário
Em geral as óperas seguem o mesmo roteiro, exceto pelas diferenças que caracterizam os tipos de óperas acima citados. Nelas, alguns ou todos, os elementos abaixo, estarão presentes:
Abertura – que é feita através da execução de uma música com o objetivo de ambientar a plateia ao tema.
Recitativo – as partes do espetáculo em que os atores dialogam.
Ária – a música principal que é cantada pelo (a) solista enquanto os atores secundários cantam no Coro.
Libretto – pequeno caderno que traz os dados da Ópera, o seu tema, os seus diálogos, suas canções etc. para que o público não tenha dificuldades em entender a história e o seu contexto.
Nota do Autor* - Em seu livro “Ópera and Its Composers” Edward Ellsworth Hipsher afirma existirem na Biblioteca Nacional de Paris cerca de vinte e oito mil partituras de óperas catalogadas. Dessa imensa quantidade, apenas duas centenas aproximadamente estão no repertório das Companhias mundiais e são representadas com alguma regularidade. Certamente que foram escolhidas por agradarem ao público e à crítica e são a nata do que se produziu nesses quatro séculos de existência do gênero. Em nosso trabalho esse número reduz-se para vinte e dois, tanto por questão de popularidade entre nós outros, quanto pelas características da presente obra que se pretende apenas um guia para iniciantes. O critério de escolha baseou-se no gosto pessoal do autor e estará sujeito à crítica de alguns, como é comum em qualquer lista que se faça. Por isso, conto com a compreensão do (a) amável leitor (a), certo de que procurei abranger ao maior número possível de variáveis para que cada segmento da manifestação cultural esteja representado.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.
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