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Spinoza e o Panteísmo - Parte I
![](/sites/default/files/membros/user1195/SPINOZA.jpg)
Preâmbulo – Spinoza
Antes do ano 70 DEC já acontecia um importante movimento migratório dos hebreus em direção a Tiro, Sidon e outras localidades situadas no Oriente, mas só a partir da queda de Jerusalém, tomada pelo Império Romano naquele ano, é que a retirada se generalizou, sob o titulo de “diáspora”, em direção ao Ocidente, chegando a quase todos os recantos banhados pelo Mediterrâneo – Atenas, Antioquia, Alexandria, Cartago, Roma, Marselha etc. – e dividindo-se em duas correntes principais, das quais, uma seguiu os cursos dos rios Danúbio e Reno, indo, depois, para a Polônia e para a Rússia; enquanto a outra tomou a direção da península ibérica, principalmente, a Espanha.
Embora não tivessem sequer um idioma comum, os diversos grupos de judeus conseguiram preservar as suas tradições e os seus ritos e apesar da perseguição hostil que sofreram em quase todos os destinos, tiveram êxitos materiais e sucesso na tarefa de preservar e repassar aos jovens a história, a religião e a filosofia de seu povo, consolidando, assim, o sentimento de comunidade.
Dessa sorte, os judeus que se estabeleceram na península ibérica prosperaram, aproveitando-se da tolerância dos dominadores mouros; porém, quando esses foram vencidos e expulsos, as perseguições não tardaram, menos por implicância religiosa e mais por cobiça financeira, haja vista que a célebre habilidade monetária os fizera importantes capitalistas e credores de grande parte da atividade econômica e até da monarquia encabeçada pelo rei Fernando, em 1492.
E como as pressões aumentaram de modo exponencial, restou-lhes apenas converter-se ao Catolicismo ou abandonar as suas posses e partir para outras paragens. A grande maioria fez a segunda opção para preservar a sua crença e os seus valores e aconteceu, então, quase que outra diáspora, onde, novamente, não faltaram hostilidades aonde chegassem, como, por exemplo, na França, na Inglaterra e em várias nações africanas.
Raros foram os portos onde encontraram alguma simpatia e foi em um desses, a tolerante Holanda, que uma família de judeus portugueses se estabeleceu. Ali seria o novo lar dos Spinoza.
E o desenvolvimento da comunidade hebreia alavancou o progresso da nação, trazendo como resultado um longo período de tranquilidade e de prosperidade. Todavia, a harmonia no seio judaico sofreu um considerável abalo quando em meados do século XVII surgiu uma controvérsia doutrinária na sinagoga protagonizada pelo jovem e inquieto Uriel A. Costa*, que havia abandonado vários dogmas ortodoxos e escrito um vigoroso tratado onde combatia a ideia de vida após a morte.
Os rabinos mais conservadores fizeram-no retratar-se em público e de forma humilhante, pois temiam que a Igreja e a sociedade católica holandesa pudessem ficar ressentidas e passassem a lhes hostilizar, já que a vida no além é uma das premissas básicas do Cristianismo. Humilhado por ter que se desdizer e pelas críticas que recebeu, o jovem Ariel acabou cometendo suicídio.
O episódio, contudo, não se encerrou completamente com esse desfecho trágico, pois a partir dele começou a florescer certa ebulição doutrinária que em seguida tornou-se política e social, acarretando no final um desenlace infeliz para a comunidade, como veremos mais adiante.
E o caso repercutiu profundamente em uma criança que já era apontada como uma das futuras luzes da religião e do povo hebreu, pois naquele ano, 1642, Baruch Spinoza, com oito anos de idade, já demonstrava a centelha de genialidade que posteriormente o faria ser conhecido como “o maior judeu dos tempos modernos”.
Embora não tivessem sequer um idioma comum, os diversos grupos de judeus conseguiram preservar as suas tradições e os seus ritos e apesar da perseguição hostil que sofreram em quase todos os destinos, tiveram êxitos materiais e sucesso na tarefa de preservar e repassar aos jovens a história, a religião e a filosofia de seu povo, consolidando, assim, o sentimento de comunidade.
Dessa sorte, os judeus que se estabeleceram na península ibérica prosperaram, aproveitando-se da tolerância dos dominadores mouros; porém, quando esses foram vencidos e expulsos, as perseguições não tardaram, menos por implicância religiosa e mais por cobiça financeira, haja vista que a célebre habilidade monetária os fizera importantes capitalistas e credores de grande parte da atividade econômica e até da monarquia encabeçada pelo rei Fernando, em 1492.
E como as pressões aumentaram de modo exponencial, restou-lhes apenas converter-se ao Catolicismo ou abandonar as suas posses e partir para outras paragens. A grande maioria fez a segunda opção para preservar a sua crença e os seus valores e aconteceu, então, quase que outra diáspora, onde, novamente, não faltaram hostilidades aonde chegassem, como, por exemplo, na França, na Inglaterra e em várias nações africanas.
Raros foram os portos onde encontraram alguma simpatia e foi em um desses, a tolerante Holanda, que uma família de judeus portugueses se estabeleceu. Ali seria o novo lar dos Spinoza.
E o desenvolvimento da comunidade hebreia alavancou o progresso da nação, trazendo como resultado um longo período de tranquilidade e de prosperidade. Todavia, a harmonia no seio judaico sofreu um considerável abalo quando em meados do século XVII surgiu uma controvérsia doutrinária na sinagoga protagonizada pelo jovem e inquieto Uriel A. Costa*, que havia abandonado vários dogmas ortodoxos e escrito um vigoroso tratado onde combatia a ideia de vida após a morte.
Os rabinos mais conservadores fizeram-no retratar-se em público e de forma humilhante, pois temiam que a Igreja e a sociedade católica holandesa pudessem ficar ressentidas e passassem a lhes hostilizar, já que a vida no além é uma das premissas básicas do Cristianismo. Humilhado por ter que se desdizer e pelas críticas que recebeu, o jovem Ariel acabou cometendo suicídio.
O episódio, contudo, não se encerrou completamente com esse desfecho trágico, pois a partir dele começou a florescer certa ebulição doutrinária que em seguida tornou-se política e social, acarretando no final um desenlace infeliz para a comunidade, como veremos mais adiante.
E o caso repercutiu profundamente em uma criança que já era apontada como uma das futuras luzes da religião e do povo hebreu, pois naquele ano, 1642, Baruch Spinoza, com oito anos de idade, já demonstrava a centelha de genialidade que posteriormente o faria ser conhecido como “o maior judeu dos tempos modernos”.
Nota do Autor – a história do jovem Uriel foi escrita pelo dramaturgo Gutzkov e ainda hoje é representada em vários teatros pelo mundo.
Produção e divulgação de Pat Tavares, lettre, l´art et la culture, assessora de Imprensa e de RP., do Rio de Janeiro em Junho de 2014.
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sábado, julho 19, 2014 - 16:10
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