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Almas Nocturnas - Capítulo 2 - Vampiros (3ª parte)
Catarina quase nem queria acreditar no que os seus olhos presenciavam.
Encontrava-se atónita perante tamanha atrocidade.
O seu coração batia desenfreadamente no seu peito e apetecia-lhe berrar, mas os seus lábios encontravam-se selados, sem reacção.
Ela não conseguia continuar a presenciar tão horrendo crime, sem nada poder ou conseguir fazer.
Sendo assim, virou costas e retomou o caminho de casa, com um frio enorme a percorrer-lhe a barriga.
As imagens macabras que acabara de presenciar não lhe saíam da cabeça e os seus passos eram agora inseguros e dados a medo. Parecia embriagada pelo odor do sangue que se fazia sentir naquele local.
Com os olhos embaciados de lágrimas começou a acelerar o seu andamento. Estava ansiosa por chegar a casa e trancar-se no quarto, fingindo nada ter visto.
Horror… Sangue… Terror no seu estado mais puro… Acto de crueldade maquiavélica… Eram pensamentos que se repetiam no seu subconsciente, aterrorizando-a por completo. Como seria capaz de retirar tais imagens de dentro de si?
Mas foi então, que Catarina ouviu passos atrás de si.
Alguém a seguia.
O medo começava a transformar-se em pânico… O horror em realidade asfixiante.
Os passos aproximavam-se… Estavam cada vez mais perto… Perto demais até.
Fosse quem fosse, estava mesmo atrás dela, quase encostado ao seu corpo. Ela conseguia ouvir a sua respiração… E o cheiro a sangue fresco que parecia trazer entranhado, qual espécie de perfume demoníaco.
E ouviu então uma voz chamar o seu nome…
Ela conhecia esta voz… Esta forma tão suave de pronunciarem o seu nome… Uma voz tão doce que a fazia sonhar desde nova.
Catarina parou.
Seria ele?
Seria o Alex, o homem por quem sempre tivera admiração e por quem nutria este sentimento tão especial e secreto?
Cautelosamente, rodou a cabeça por cima dos ombros e tentou visualizar quem se encontrava atrás dela.
Nada… Não se via ninguém.
Não se encontrava ninguém por perto.
Era tudo uma ilusão, talvez devido ao seu alto estado de nervosismo e pânico.
A estrada por onde houvera caminhado encontrava-se vazia, escura, sem um único som, além do normal barulho da noite, com o seu vento sussurrante e gelado.
(continua...)
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